Onde ficámos nós depois de crescer?
Onde ficou a inocência que nos percorreu e nos prendia a atenção sobre o mundo?
Onde ficaram os sonhos que iam transformar a nossa e tantas outras vidas?
Onde ficaram as aspirações que iam mover mentes e corações num só sentido?
Onde ficou a força interior que apaziguava qualquer tipo de obstáculo que surgisse?
Onde ficaram os objetivos quase impossíveis?
Será que (já) trocámos as sweats e os all star pelas gravatas e os saltos altos, por completo?
Será que é necessário ser assim?
Por vezes parece que embarcámos num navio onde começamos como primeiros-grumetes. Onde cumprimos a nossa função e pouco mais há a fazer. Onde muitas vezes, já nem a camisola de uma nação vestimos.
Remamos constantemente, contra ventos e marés, muitas vezes encaixados numa realidade quadrada que raramente encaixa em nós, mas onde lá nos vamos deixando ficar por necessidades consideradas (por nós) superiores. Dizem que a família nos prende. Dizem que o sustento nos move, mas será que é assim? Tem mesmo de ser assim?
Onde ficou a força de acreditar? A motivação que assombrava o dom da razão? A emoção que se colocava na ação?
Onde ficámos nós depois de crescer?
Presos no convés do navio, ou a nadar livremente a favor da corrente?