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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Qui | 30.04.15

Há coisas para as quais ninguém nos prepara #2

Ana Vale

E depois deste momento, num ping pong de profunda tristeza e ambiguidade mental, e numa fase em que concretamente me percorria um arrepio físico e um assombro mental de que maternidade (definitivamente) nem tudo são rosas, lá continuei eu, a escrever no meu pequeno caderno, transmitindo para o papel o que me varria a alma de uma ponta à outra, se é que se pode delimitar. 

 

06.01.2015 - No Sofá da Sala pelas 15h, depois de uma discussão com ele.

 

Onde é que eu estou?

Mas afinal, quem é que eu sou?

O que sinto? Não sei. Continuo sem compreender. 

Obscuramente dentro de mim, sinto-me vazia, e de certa forma, mais cheia do que nunca. Cheia de um novo amor, cheia de desespero, cheia de vontade de me atirar para bem fundo dentro de mim. O que é que eu faço? - Pergunto, mas ninguém responde. Preciso de um abraço! Afirmo, mas ninguém responde. É triste. É mesmo muito triste esta situação. Mais ainda, é desesperante esta angustia. Porquê? Porquê eu? Porquê agora?

As lágrimas inundam-me os olhos de momento. A mão treme ao escrever e a amplitude da minha respiração, aumenta.

Onde é que eu estou?

Como é que eu faço para isto desaparecer?

O peito dói, a dor corrompe-me o peito e todos os meus músculos estão rijos de tanto me contorcer e chorar. Mas a sério, a sério que eu quero parar! Eu quero sair disto! Contudo, a (in)diferença pela base do nosso amor é a maior das minhas fontes de dor, que vivo de momento. Mas expliquem-me, o que é que eu faço? Para onde vou? Onde estou? Quem sou, afinal? O que é isto que sinto?

As perguntas não param de girar e de me surgir, e urgem de resposta.

Consternada (esta) Vida. Pequeno (o meu) Espírito. Maldita (esta minha) dor.

 

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Qua | 29.04.15

Quem é que é da Família?

Ana Vale

Quando eu tinha cerca de 7 anos (algum tempo depois da minha irmã nascer) explicaram-me:

 

"Aquela senhora é tua tia, mas não é de sangue, é de coração."

 

E não me perguntem porquê, mas de alguma forma aquela frase ficou a matutar no meu pequeno e imaturo cérebro, durante muito, mas mesmo muito tempo. Sempre que via aquela tia do coração, ou as tias de sangue, pensava: "Mas será que são todas da minha família? Como é que isso aconteceu? E ser de sangue é diferente de ser do coração?"

 

No fundo são aquelas tantas questões, que de alguma forma e por algum motivo muito especifico mas aquém da nossa imaculada capacidade de integração, nos ficam sempre a vibrar cá dentro. Seja com uma amplitude muito, pouco, ou mais ou menos crescente, constante ou vibrante, elas ficam cá. E durante muitos anos, até termos a nossa certeza relativa à fundamentação daquela questão, ela vai cá ficando até encontrar-mos a nossa resposta. 

 

Foi cerca de 10 anos depois que comecei a compreender muito melhor a minha resposta aquela minha vibrante interna questão: Mas afinal, quem é que é da família?

E não sei se convosco aconteceu o mesmo, mas a verdade é que esta, é daquelas respostas que se mantém entre a alegria da maturidade que daí advém, e a tristeza sobre o conhecimento adquirido. 

Mas é assim. Há coisas que temos de saber e integrar para crescer e fazer valer.

 

A resposta que obtive fez-me compreender que o sangue é um liquido, mais ou menos avermelhado consoante o local em que passa, e que numa média geral coexiste no nosso organismo em cerca de 4 a 6 litros, dependendo da pessoa. Ah! E também é fundamental para a nossa existência como seres vivos, neste planeta. O coração, por outro lado, é um órgão constituído praticamente na sua essência por um músculo denominado por miocárdio, integrando quatro cavidades bem conhecidas: duas aurículas e dois ventrículos. Podia estar aqui a escrever paletes de linhas sobre o coração, mas não vos vou fazer isso. Vou só ressalvar que a resposta que obtive, foram essas mesmas pessoas de sangue e de coração que me deram, com o passar do tempo:

 

  • Ser de sangue, ou de coração, não importa.
  • Importa sim, o que essas pessoas fazem por ti, as atitudes que têm para contigo, se gostam realmente de ti, tal como tu és, com todos os teus defeitos e virtudes no sitio;
  • Importa se essas pessoas realmente querem saber de ti, passes pela idade do armário, pelo final da tua licenciatura, pelo momento em que és uma simples desempregada, sem onde cair mais, ou menos, viva, ou pelo auge da tua vida profissional;
  • Importa se essas pessoas querem estar contigo nos melhores ou nos piores momentos: No dia que te partiram o coração, no dia que morreu alguém importante, no dia que te casas, no dia que sabes que vais ser mãe ou pai, no dia que sabes que arranjaste o emprego da tua vida, ou simplesmente no dia que tudo corre normalmente e nada mais há para dizer do que: está tudo bem, sem grandes novidades;
  • Importa se essas pessoas te acolhem em casa como se a casa também fosse tua, pois, sendo de sangue ou de coração, sempre ouvi dizer que: quando realmente se gosta, o amor e a partilha são de graça;
  • Importa se essas pessoas, que podem ficar dias, meses, ou até anos sem te ver, mas estão sempre lá, disponíveis, se for necessário. Assim como também importa, que essas pessoas te chamem atenção, se acharem que meteste o pé na poça;
  • Importa se essas pessoas, sejam de sangue ou de coração, pura e simplesmente, fazem por fazer parte da tua vida, do teu dia-a-dia, dos teus momentos, dos teus podres, das tuas virtudes, do que integralmente és, ou do que desejas ser e tentas adequar em ti; 
  • Importa, se elas contribuem. Importa se elas estão lá. Importa se não estão, mas se ocupam de te ligar, ou de fazer chegar até ti, o quão importante és para elas.

Tudo isto importa.

Tudo isto e mais alguma coisa que provavelmente me poderei ter esquecido e não está descrito aqui.

 

Mas sabem aquilo que considero que realmente não importa?

 

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A Hipocrisia e o interesse de se considerarem família, aqueles que só lá estão, triste e cruamente, no dia de um funeral. 

 

Ter | 28.04.15

Alimentação infantil: Querem saber o que aprendemos de novo?

Ana Vale

Fomos Convidados para ir a um Workshop sobre a Importância da Alimentação nos primeiros 1000 dias de vida e... Adorámos!

 

 

 

Como sabem, sou completamente a favor de aprendermos sempre mais se tivermos oportunidade, sendo que no final, não há ninguém melhor para refletir e decidir, como os pais! 

E por aqui, assim foi.

 

Ouvimos a Nutricionista Helena Canário, a Pediatra Rute Neves, e no final, o Psicólogo Eduardo Sá, a falarem cada um, dentro da sua área, sobre o tema.

 

De tudo o que ouvimos, querem saber o que aprendemos de novo?

 

  • Os primeiros 1000 dias contemplam os 270 dias da Gestação + 365 dias do 1ºano + 365 dias do 2 ano. Contudo, esta "coisa" dos primeiros 1000 dias de vida serem fundamentais, embora iniciado em Portugal pela #Nestlé, não partiu, a nível internacional, de uma iniciativa da mesma. Existe uma organização Americana, que teve esta iniciativa, para começar a educar para a saúde, o mais cedo possível, tentando evitar assim a Obesidade infantil, e posteriormente, a adulta. [Se quiserem saber mais aqui está o site: http://www.thousanddays.org/]

 

  • Recentemente descobriu-se que afinal já não é só o genoma que conta nesta área da prevenção da doença quando falamos em obesidade! O Epigenoma também! E muito mais do que pensamos. É o epigenoma que vai ajustando, com o tempo, a ação dos nossos genes, fazendo com que uns possam ficar mais ativos do que outros. Se nos primeiros tempos de vida, tivermos maus hábitos alimentares, então o nosso epigenoma irá "programar" as nossas células para este mau hábito, fazendo com que, para o resto da nossa vida, tenhamos tendencialmente, esse hábito. Mesmo que tentemos a mudança, muito provavelmente, iremos cair no mesmo erro... E pior? Está provado que o nosso epigenoma passa para as células reprodutoras dos nossos filhos, pelo que, estes nossos "hábitos" irão passar para os nossos filhos e consequentemente, netos. Daí que seja fundamental começar a educar para a saúde logo desde cedo, seja a futuros ou a presentes Pais, e não só, ou principalmente, a adultos, por si só;

 

  • Quanto maior o teor de proteína na alimentação infantil até aos 2 anos, maior a probabilidade das nossas crianças serem obesas um dia mais tarde. E aqui, incluí-se não só os alimentos sólidos, como as fórmulas também (suplementos). Daí que seja importante o controlo da proteína na alimentação infantil, sendo que, nos suplementos o teor de proteína legislado encontra-se adequado dentro do 1.8g/100kcal.

 

  • Para fundamentar esta questão da influência da proteína na alimentação infantil, fez-se um estudo há alguns anos, onde se seguiram algumas crianças desde o seu nascimento até aos 6 anos de idade. E Sabem o que se concluiu? Que independentemente da alimentação que posteriormente as mesmas tinham, aquelas que consumiam mais proteína na infância, nomeadamente, nos primeiros 1000 dias de vida, tinham mais excesso de peso, após esse mesmo período.

 

  • A Proteína do leite de vaca é mais prejudicial do que a da Carne ou do Peixe;

 

  • O Leite em pó, é mais saudável do que os restantes para dar às crianças, até ao primeiro ano de vida (pelo menos). Como ainda não vem diluído, as concentrações de aditivos também são muito menores.

 

É verdade que falámos de muitas outras questões, mas o tempo escassa, e o espaço para escrever, também. Daí que tenha selecionado a informação que considerei mais pertinente, para quem se quiser informar um pouco mais sobre a temática, ter agora, também a oportunidade para o fazer. 

 

No entanto, gostava de fazer uma pequena ressalva.

Não é só de hoje, mas sem dúvida que esta questão da Obesidade infantil é um problema preocupante, pois:

 

Crianças Obesas = Adultos Obesos = Adultos com mais doenças crónicas = Maior morbilidade = Menor qualidade de vida = Maior despesa para o Estado = Pagamento de mais impostos por parte de todos! [Etc.]

 

E é óbvio que nem tudo se resume a despesa, mas de certa forma evidenciei este esquema, especialmente, para sensibilizar para o facto de que a obesidade infantil é um problema de todos! E não só, dos pais que dão a comida, ou dos filhos que optam por comer alimentos menos saudáveis constantemente. 

Sem dúvida alguma, que é mais uma questão de mentalidades. 

 

Engraçado como somos um país abrangente pela tal dieta mediterrânica, e com uma das maiores percentagens de obesidade infantil a nível europeu [Cerca de 33%], assim como todos os outros Países que são abrangidos pela mesma. 

E se sabemos que esta é das dietas mais saudáveis, então o que falha? Será a quantidade? A má gestão da alimentação por parte de uma sociedade no seu coletivo e individual, simultaneamente?

 

Para terminar, e não vos massacrar mais, no final do workshop, e através do discurso de um profissional que fiquei, sinceramente a admirar pela sua cultura e sensatez no que toca  ao conhecimento e experiência inerente à maternidade [Psicólogo Eduardo Sá], colocou-se, de entre tantas, uma questão bastante pertinente, com a qual coloco um ponto final, parágrafo, neste post:

 

"Não estará esta sociedade, através da pressão que coloca sobre a mulher antes, durante e após o período gestacional (seja pela questão da amamentação, da alimentação através do suplemento, da pressão por parte da família em inúmeros aspetos durante a gravidez e no cuidado ao recém-nascido, etc.), a contribuir larga e fortemente, para uma condição tão comum desde sempre, mas que só agora começa a ter maior visibilidade: A Depressão pós-parto?"

 

 

 

 

Dá vontade de opinar, não dá?

 

Sab | 25.04.15

Amamentação e Fármacos para a Depressão pós-parto: Uma junção possível!

Ana Vale

Muitas mulheres quando passam pela experiência de uma Depressão pós-parto, muitas vezes evitam a ida a um especialista, nomeadamente a um Psiquiatra, por receio de ter de tomar fármacos para a mesma patologia, e que os mesmos influenciem o bem-estar do bebé, e acima de tudo, inviabilizem a amamentação.

 

 

 

Contudo, hoje, já se sabe que não é bem assim!

Nem todos os fármacos passam para o leite materno e consequentemente para o bebé, pelo que, é possível amamentar e tomar anti-depressivos para tratar a sua depressão pós-parto.

 

É aconselhável, porém, que se discutam todas as opções com o Psiquiatra em questão, pois poderão haver alguns mais adequados que outros consoante o seu organismo e contexto de vida. 

 

Agora, tenha em conta que deve evitar:

  • Deixar de recorrer a um apoio especializado, como o Psiquiatra ou Psicólogo, por medo de ter de lhe ser prescrito algum fármaco. Mesmo tendo em conta esta informação, se continuar a preferir não ser medicada, discuta à mesma todas estas opções com o seu médico especialista.
  • A auto-medicação! Nunca se medique por vontade própria, sem recorrer primeiro a uma ajuda especializada. A medicação que trata estas afeções deve ser prescrita por um médico, e posteriormente, devidamente explicada à pessoa em questão. Ao medicar-se por auto-recriação, pode estar a inviabilizar o seu adequado tratamento futuro, e acima de tudo, a prejudicar-se a si mesma!

 

 

Mais informação em:

http://americanpregnancy.org/

Qua | 22.04.15

Também ouvem as vozes dos vossos filhos quando...eles não falam?

Ana Vale

É caso para questionar: Estarei a ouvir vozes?

 

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Sim. Porque eu, ouço!

 

Gostava de tentar compreender, na íntegra, o fenómeno que me leva a levantar com alguma frequência após deitar a minha filha, ou aquele que me leva a levantar a fralda, que a tapa no ovinho, algumas vezes, ou mesmo aquele me leva a interromper uma conversa e a ficar calada por alguns segundos, porque pura e simplesmente, me parece que a estou a ouvir. Mas não, não estou! Não estou, porque a mesma mantém-se ferradinha no sono, impávida e serena, sendo o único som que lhe sai o equivalente ao ar expirado da forma mais tranquila que possam imaginar. 

 

Também vos acontece? 

Por favor, digam-me que sim. Ok, não mintam. Mas pelo menos, têm alguma explicação?

 

Será o meu sistema de alerta no seu auge?

Será uma qualquer questão relacionada com a sobrevivência da espécie?

Serão as minhas mais profundas  pré - ocupações  de mãe a ruminar no meu mais profundo espaço neuronal?

Ou será um misto de tudo isto?

Ou então, uma provável mixórdia de nada com um quê de tudo e mais alguma coisa?

 

Será?

 

Andei aqui a navegar nas minhas pesquisas, mas nada de concreto encontrei. Portanto, vou ficar aqui, bem quietinha, à espera das vossas respostas.

 

Sim?

Ter | 21.04.15

Baby blues e Depressão Pós-parto: Duas realidades (muito) diferentes.

Ana Vale

Como temos vindo a falar consecutivamente, existe um momento após o parto que pode vir a ser muito stressante não só para a mãe, como para o pai e toda a família envolvente e presente.

A verdade é que ter um bebé é por si só stressante! Não interessa o quanto se desejou este momento ou o quanto se ama esse filho.

 

 

 

Existe uma fase que se inicia cerca de 2 a 5 dias após o parto denominada por Baby Blues. É uma fase perfeitamente natural decorrente de um pós-parto, mas se os sintomas não desaparecem após algumas semanas ou se se intensificam, poderá estar presente uma depressão pós-parto. Este tipo de depressão pode interferir com a capacidade para cuidar do bebé, por isso é extremamente importante que se tenha ajuda imediata.

Com apoio familiar e profissional adequado, a mãe, poderá voltar com confiança ao seu papel maternal.

 

 

Baby Blues

 

Já falámos muito por aqui sobre este tema e iremos continuar a falar muito mais!

 

Acabamos de ter o nosso filho e de acordo com o que nos transmitem verbal e não verbalmente, é suposto que estejamos a celebrar a chegada deste novo membro da família com os nossos amigos e família. Mas ao contrário de grandes festejos, só nos apetece chorar. Estávamos preparadas para a alegria e celebração, e não exaustão, ansiedade e choro. Certo? Estávamos preparadas para a construção de um novo amor isento de significativas problemáticas subjacentes, mas em vez disso, iniciamos essa construção quebradas numa realidade hostil e nulamente confortável.

Embora possamos não estar preparadas, estas repentinas e frequentes mudanças de humor são comuns nas mães que deram à luz recentemente.

O Baby blues não tem ainda uma tradução consensual. Trata-se de uma condição benigna que se inicia nos primeiros dias após o parto, com duração de alguns dias a poucas semanas. É de leve intensidade e não requer, normalmente, o uso de medicação.

 

A grande maioria das mães numa fase recente da maternidade experimenta pelo menos alguns sintomas decorrentes deste, nomeadamente, tristeza, dificuldade em dormir, irritabilidade, alterações do apetite e problemas de concentração. 

Para terem uma noção, entre as mulheres que acabam de ser mães, aproximadamente de 50 a 85%, experienciam esta condição após o parto (Mehta e Sheth, 2006).

Desta forma, tenham a noção de que, se passarem por esta fase não é caso para alarme, pois é provável que virão a sentir-se melhores assim que as hormonas equilibrarem, sendo que, o apoio dos que a rodeiam, especialmente do seu companheiro, é essencial e suficiente para ultrapassar esta fase.

Contudo, convém estar atenta ao tempo que este período predomina na sua vida. Pois se demorar mais do que 2-4 semanas, então convém procurar apoio especializado (Psicólogo/Psiquiatra/Médico de Família). Poderá estar perante uma Depressão pós-parto.

 

Depressão Pós-Parto

 

A Depressão pós-parto é um problema sério que não deverá ser ignorado. Contudo nem sempre é fácil distinguir entre Baby Blues e Depressão pós-parto.

No início, uma depressão pós-parto pode ser semelhante ao Baby Blues. Afinal ambas as situações partilham muitos sinais e sintomas, incluindo as alterações do humor, choro frequente, tristeza, insónia e irritabilidade. A diferença está na severidade e maior duração da sintomatologia no caso da depressão pós-parto.

 

Exemplo de alguns sinais e sintomas típicos da depressão pós-parto são:

• Falta de interesse no bebé;
• Sentimentos negativos para com o bebé;
• Grande preocupação relativamente à incapacidade de cuidar do bebé;
• Falta de interesse em si própria;
• Falta de energia e motivação;
• Sentimentos de inutilidade e culpa;
• Alterações no apetite ou peso;
• Dormir mais ou menos do que o habitual;
• Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.

 

A depressão pós-parto surge normalmente pouco depois do nascimento do bebé e desenvolve-se num período de vários meses. Mas também pode surgir repentinamente, e em algumas mulheres os primeiros sinais só aparecem após vários meses de terem sido mães. Para além disso, as causas da depressão pós-parto ainda permanecem pouco claras, no entanto, são apontadas vários tipos de alterações a nível físico, psicológico e social.

 

 

 

Querem ter acesso a mais bibliografia sobre o tema?

http://www.pandasfoundation.org.uk/

http://www.panda.org.au/

http://americanpregnancy.org/first-year-of-life/baby-blues/

 

Seg | 20.04.15

Adoro jantares em casas de amigos! Mas..e com filhos?!

Ana Vale

Quantas vezes já pensaram nesta questão?

 

Sempre adorei jantar com amigos. Juntar a malta, e lá vamos nós.

Uns levam as entradas, outros fazem o prato, outros a sobremesa, outros a salada e afins. Divide-se o trabalho e multiplica-se o convívio. 

Dizem-se umas piadas ali, relembram-se velhos tempos acolá, abraçamos a boa disposição e soltamos várias gargalhadas em uníssono. Nem sempre temos esta oportunidade, mas quando há, limpa-nos a alma de qualquer vestígio menos positivo, e banhamo-nos de luz com as paletes de boa energia existente.

São momentos absolutamente fantásticos, que sempre disse, não trocar por nada na minha vida. Até que, até à bem pouco tempo comecei a fazer esta questão a mim mesma: Mas... e com filhos?! A Figura, será exatamente a mesma?!

 

Alguns de vocês poderão achar que estarei a perder um pouco da minha sanidade mental por fazer esta questão e outros até se poderão identificar, mas para mim é simples: Adoro ir com a minha filha, bem perto de mim, para qualquer e todo o sitio, mas, não posso negar que a imagem que inicialmente descrevi fica completamente distorcida, e que não. Os jantares, já não são iguais!

Digamos que.. se divide o trabalho, se subtrai o convívio e se multiplica o cuidado. E porquê? Simples! Uns querem pegar ali, outros querem agarrar acolá, outros querem ver e falar, outros querem brincar e andar à roda com a miúda e quando a bateria de amena disposição se esgota, e a carga começa a ser quase nula, lá vem a birrinha do cansaço, e não há nada melhor do que o colo da mãe ou do pai para descomprimir, descarregar toda a hiper-estimulação e...chorar até não poder mais. Ou então, não chorar, mas ficar irrequieta, até sentir o conforto ideal para descontrair.

O jantar fica no prato, ou só se come já frio, muitas vezes há pouco tempo para a sobremesa, e entradas, nem vê-las!

 

É verdade que faz parte! Sem dúvida! Tal como faz parte a nossa adaptação, como pais, a estes momentos. Mas sinceramente, também considero ser verdade que chegue a altura em que se coloque em questão: "Será que vale a pena ir? Estou tão cansada!"  [Quando deveria ser o oposto, não? - "Claro que sim! Eu vou! Estou mesmo a precisar de descontrair..."]

Hoje compreendo quando outrora comentaram o mesmo comigo, sendo que na altura, de facto, não compreendi, como tinha achado que havia compreendido. Mas é assim aqui, tal como em tudo na vida: a parte empírica da coisa, traz-nos aquele tipo de sabedoria, que não se arranja em mais nenhum lado!

 

Agora, tanta coisa para chegar a esta singela conclusão: Eu não vou deixar de ir a jantares com amigos. Mas com filhos pequenos, o gozo dos mesmos, também não é igual! E a nossa disposição, presença e companhia, também não.

 

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Compreendem, amigos?

Qui | 16.04.15

Estivemos nas Queridas Manhãs da SIC.

Ana Vale

Pois é!

 

Parece que este assunto está a ganhar voz!

 

Babyblues e Depressão pós-parto: Dois conceitos que estão a ganhar força graças a todas as corajosas mulheres que têm dado o seu testemunho, graças aos jornalistas que têm agarrado e transmitido este assunto, graças a todas as pessoas que estão atentas e nos ouvem, tentando saber sempre mais sobre a temática em questão.

 

Afirmo e Reafirmo que estamos perante dois problemas que atingem uma grande maioria das mulheres no pós-parto, sendo um assunto que necessita de ser falado e esclarecido, podendo, da mesma forma que ocorrem outras alterações físicas comuns, ocorrer após o nascimento de um filho.

Só assim haverá mais informação.

Só assim se incentivará mais investigação.

Só assim se avançará para mais formação neste sentido!

 

Obrigada Andreia, por nos ter dado esta oportunidade.

Obrigada a todas as mulheres, homens, sogras, sogros, pais, mães, tios, tias e afins, por levarem este assunto a cada vez mais pessoas, todos os dias!

 

Espero que juntos, continuemos a partilhar histórias, dúvidas, recordações e vivências dentro desta temática, e que as façamos voar a cada vez mais corações, mentes e lares.

 

De coração: Muito Obrigada!

 

 

 

 

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