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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Dom | 20.09.15

Disciplina pessoal.

Ana Vale

"É importante estabelecer uma disciplina pessoal com o objetivo de nos transformarmos interiormente.

Esta disciplina não deve, de modo nenhum, ser imposta do exterior, antes nascer da nossa compreensão das coisas e da consciência dos benefícios que delas retiraremos se optarmos por a aplicar." 

 

 

 

Por Dalai Lama, em 108 pérolas de sabedoria - para atingir a serenidade.

Sab | 19.09.15

Crónicas da nossa Equipa Clínica: "10 conselhos para evitar estados de ansiedade e depressão"

Ana Vale

No último texto explorei o tema: Nem todas as pessoas têm de gostar de nós! E coloquei-vos duas perguntas para reflexão… 

 

Sim, sabemos que não é assim tão simples. Todos gostamos de nos sentir queridos e amados. É mais fácil falar deste tema do que o sentir “na pele” e sim, também sabemos que existem pessoas “tóxicas” com as quais somos – pelos mais diversos motivos – obrigados a lidar. Mas para isso também partilho convosco 10 “conselhos” que podem ajudar-vos a gerir estas situações que tantas vezes provocam ansiedade e momentos mais depressivos:

 

Lembre-se: “Nem todas as pessoas têm de gostar de si!” Mas quem gosta realmente de si, gosta por aquilo que é, com os seus defeitos e com as suas qualidades.

 

Não mude só para agradar a outros! Agrade-se a si mesmo e isso poderá – consequentemente – agradar aos outros porque quem gosta de nós gosta de nos ver bem e felizes.

 

Aprenda a perceber quem é que realmente lhe faz falta. Estarmos rodeados das pessoas certas é um excelente antidepressivo.

 

Não preste demasiada atenção às opiniões dos outros. As opiniões mudam tão facilmente que não devem ser levadas de forma rígida e muitas vezes corremos o risco de interpretar de forma errada o que nos é dito. Valorizando o que não devíamos.

 

Levamos a vida a ouvir esta frase mas muitas vezes esquecemos: “Não faça aos outros aquilo que não gosta que o façam a si”.

 

Por algum motivo sabe que se vai cruzar com uma ou mais pessoas que considera “tóxicas”, por isso, vai preparado para a situação e antes de estar com essas pessoas ouça – as vezes que precisar – aquela música que lhe dá aquela energia positiva e que o faz sentir feliz. Quando sentir que a energia positiva se está a esvair trauteie mentalmente essa música como um mantra e verá que ajuda um pouco a gerir a situação.

 

Está obcecado com alguma opinião mais desfavorável que ouviu sobre si e não consegue desligar, há que atuar e mudar o foco. Dicas: Veja aquela série que o deixa sempre bem-disposto, veja aquele filme que o deixa sempre a rir à gargalhada, leia um livro que o absorva da realidade, coloque as suas músicas preferidas e dance como se ninguém o visse, vá passear àquele local que o faz espairecer, faça alguma atividade que sinta que o faz feliz. A vida é demasiado curta para perdermos tempo a massacrar-nos com o que não nos faz felizes!

 

Não viva preso aos amigos do passado apenas porque em certo momento da vida tiveram um papel importante. Podemos fazer amigos em qualquer fase da nossa vida. Valorize a amizade e os bons amigos que estão ao seu lado agora!

 

Uma das minhas preferidas! Faça uma lista de tudo aquilo por que está grato na vida! Vai perceber que as críticas que o podem magoar nem uma gota no oceano são perante tudo aquilo que tem para se sentir grato. A felicidade é uma escolha, nem sempre é fácil mas força, ela está em si! E se precisar de apoio nós estamos aqui!

 

10º … !

O décimo conselho é para ser preenchido por si e se quiser pode partilhá-lo connosco! 

 

 

 

* Crónica realizada por Isabel Sofia Pires (Terapeuta Familiar).

Sex | 18.09.15

A influência da Personalidade na Depressão Perinatal: Temperamento e Caráter.

Ana Vale

Tal como referi no primeiro texto desta edição especial sobre a influência da personalidade na Depressão Perinatal:

 

"A personalidade envolve a totalidade da pessoa e é uma construção pessoal que decorre ao longo da nossa vida fruto da elaboração da nossa história de vida, da forma como nos sentimos, representamos e integramos as nossas experiências."

 

Contudo, nem sempre as experiências pelas quais passamos são integradas da melhor forma. O que nesta situação, poderá dar origem a desequilíbrios como a Depressão Perinatal. 

 

Dentro da nossa personalidade, existem uma série de traços pelos quais nos guiamos para caracterizar uma determinada pessoa, sendo que o temperamento e o caráter, integram o vasto leque correspondente aos mesmos. 

De certo que já ouviram alguém dizer (ou vocês mesmos já o disseram) que aquela pessoa tem um temperamento forte ou um bom caráter, por exemplo. Certo?

 

 

Mas o que é que isso quer dizer?

 

Para alguns autores o temperamento é considerado como a base biológica para a estruturação da personalidade e um dos fatores que influenciam o comportamento, enquanto que a personalidade é um termo mais amplo que inclui outras estruturas importantes além dessas, tais como as estruturas cognitivas, e o auto conceito.

 

O caráter refere-se aos nossos auto-conceitos que influenciam as nossas intenções e atitudes, e que no fundo se traduz no que fazemos intencionalmente, desenvolvendo-se basicamente através da socialização.

 

E como é que o temperamento e o caráter podem influenciar o desenvolvimento de uma Depressão Perinatal?

 

Relativamente ao temperamento, e de acordo com vários estudos que foram feitos dentro da área, as mulheres com depressão pós-parto tinham níveis significativamente mais elevados de evitamento de perigo, apresentavam níveis mais elevados de dúvida antecipatória, maior medo da incerteza, maior timidez, fadiga e menos vigor, comparativamente às mulheres saudáveis no pós-parto. 

 

No que toca ao caráter, as mulheres com depressão pós-parto apresentavam níveis significativamente mais baixos de auto-direcionamento, menos controlo dos impulsos e menos auto-aceitação comparativamente às mulheres saudáveis no pós-parto. Para além disso, também apresentavam níveis mais baixos de cooperação, eram menos tolerantes e empáticas e percecionavam-se como menos úteis. Apresentavam-se como mais esquecidas e tinham um nível mais elevado de aceitação espiritual.

 

 

As mulheres saudáveis no pós-parto diferiam das que tinham depressão pós-parto em critérios onde se verificava maior procura da novidade, por terem mais recursos internos e por serem menos esquecidas.

 

 

Fonte 1

Fonte 2

Fonte 3

Qui | 17.09.15

As aulas para bebés no Gymboree vão voltar! Interessados?

Ana Vale

Após a publicação do meu testemunho e do artigo realizado pela Psicóloga e Professora no Gymboree - Carolina Canto - sobre os benefícios do brincar para a saúde do bebé e da mãe, surgiu uma boa noticia que resolvi publicar para quem estiver interessado:

 

As aulas do nível 1 (para bebés dos 2 aos 6 meses) no Gymboree do Dolce Vita Tejo, retomarão em Setembro, com uma aula aberta às mamãs e bebés dessa faixa etária.
 
Será no dia 30 de Setembro, 4ª feira, pelas 16h00 no Gymboree do Dolce Vita Tejo.
 
 

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Mas não se esqueçam de ligar e/ou enviar email para o local para marcarem o vosso lugar, pois estas aulas enchem!

 

Quem vai?

Qui | 17.09.15

Brincar faz bem à saúde do bebé e da mãe. Sabiam?

Ana Vale

Na sequência do texto que escrevi sobre como a Madalena e eu adorámos as aulas no Gymboree (que podem voltar a consultar aqui), pedi à Psicóloga e Professora no Gymboree, Carolina Canto, para nos falar um pouco mais tecnicamente sobre os benefícios que o brincar tem para o bebé e para a mãe. 

 

A mesma aceitou este desafio com grande entusiasmo e disponibilidade, e escreveu-nos o texto que vos coloco de seguida.

 

Eu, o David, os avós, as tias e os amigos adoramos brincar com a Madalena e sempre que a mesma está mais acompanhada nas suas brincadeiras, é nítido o brilho no seu olhar e a alegria no seu movimento. E embora que o tempo para o fazer nem sempre seja aquele que nós mais gostaríamos (penso que é um sentimento comum, especialmente em nós, Pais...), a verdade é que é através do brincar que as crianças descobrem e tentam compreender o mundo que as rodeia. Por isso, brincar não só é ótimo, como fundamental para o desenvolvimento dos nossos filhos, tal como foi fundamental para o nosso. E é sobre isto que a Carolina nos escreve também. 

 

Curiosos? 

 

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Quando a mãe brinca com o bebé partilham-se momentos divertidos de cumplicidade e constrói-se uma relação única de confiança e reafirma-se o amor incondicional que os une.

 

Brincar com o bebé desde que ele nasce é muito importante para o seu desenvolvimento a vários níveis.

Quando o bebé nasce quer descobrir o novo mundo que o rodeia. E através da brincadeira, a mãe pode ajudar o bebé nessas novas descobertas.

A voz da mãe, o seu toque e cheiro inconfundíveis transmitem segurança e confiança ao bebé para conhecer as coisas e as pessoas à sua volta.

Cantar, tocar e brincar são ótimos ingredientes para desenvolver as capacidades do bebé a nível cognitivo, motor, social e emocional.

 

No Gymboree as mães aprendem as brincadeiras mais adequadas para estimular as principais competências que o bebé pode desenvolver desde cedo.

 

Até aos 6 meses de idade, o bebé passa por diferentes fases e conquistas. Mas o principal objetivo nessa faixa etária, em termos de aquisições para o seu desenvolvimento saudável, é estimular a atenção, o interesse e a calma no bebé.

Para o bebé se interessar e ficar atento ao mundo envolvente ele precisa de se sentir seguro e amado. Por isso quando a mãe brinca com o bebé é muito importante estar atenta aos seus sinais de forma a respeitar o seu ritmo e assim adequar a brincadeira ao seu bebé e ele sentir-se-á mais interessado, curioso e confiante para explorar e aprender mais sobre esse novo mundo.

 

Na brincadeira, a mãe e o bebé descobrem-se mutuamente. A mãe começa a conhecer melhor o seu bebé, a sua maneira preferida de brincar - gosta mais de cócegas nos pés ou de beijinhos no pescoço? E o bebé vai conhecendo cada dia melhor a sua mãe (pai, avó ou outro cuidador), vai apurando os seus sentidos, vai aprendendo o novo ritmo das suas rotinas, vai-se adaptando a novos sabores e cheiros, tudo isto com a certeza que está seguro e é amado.

 

Fazer uma massagem suave no pé do bebé e cantar para ele fortalece o laço afetivo que une a mãe e o bebé, transmite-lhe amor, confiança e segurança para se interessar por novas aprendizagens.

Tocar um padrão melódico no xilofone, repeti-lo cantando uma música, juntar um estímulo táctil (como um sopro divertido na mão do bebé) estimula a memória e a calma no bebé, e facilita o interesse do bebé pelas palavras.

 

Brincar com o bebé ajuda a mãe a relaxar, a distrair-se das tarefas rotineiras de cuidados ao bebé e a divertir-se.

 

Rir com o bebé é tão bom!

Quando se juntam mais mães e bebés para rir e conversar é ainda melhor!

Nas aulas do Gymboree a mãe tem a oportunidade de conhecer novas pessoas, que à partida se encontram no mesmo estado que ela, podendo partilhar experiências, dúvidas, descobertas e sentir-se compreendida.

As mães vão identificar-se e rever-se umas nas outras, gerando-se um sentido de grupo e empatia, ajudando a encarar quaisquer dificuldades com mais leveza, confiança e a ser mais criativa na busca de soluções.

 

As aulas do Gymboree promovem a amizade, a confiança e a criatividade do bebé e da mamã!

 

Qua | 16.09.15

"Sou muito grata à energia universal Reiki" - Testemunho.

Ana Vale

Para além do testemunho que eu dei - e que podem consultar aqui - sobre os benefícios do reiki e da meditação durante a gravidez e no pós-parto, também outras mulheres já deram os seus. 

 

Este, foi-me sugerido por Andreia Vieira - Terapeuta e Mestre de Reiki e membro da direção da Associação Portuguesa de Reiki - com quem tive o prazer de conversar e cujo resultado já publiquei também aqui, no blog.

 

De seguida, deixo-vos o respetivo testemunho, que também podem consultar aqui, no projeto pessoal de Andreia Vieira - Be You Reiki

 

 

Este é o testemunho de Vanda Alves, aluna de Reiki nível I. Encontrou no Reiki não só a confiança de que necessitava para enfrentar a gravidez, como também a calma e a serenidade que tanta falta lhe faziam na sua vida. Características que acabaram por acompanhar a  sua querida bebé Matilde, cujo parto decorreu com a ajuda de Reiki.

 

“Procurei o Reiki quando engravidei porque depois de ter vivido uma história triste de uma gravidez gemelar, ganhei medos, tristezas, dor e insegurança. Por outro lado, sou uma pessoa com o coração na boca e muitas vezes digo as coisas sem pensar, pelo que acabo por magoar as outra pessoas. Digo aquilo que quero e não quero, sou muito ansiosa e com muita pouco calma. Tudo o que quero é para ontem.

Quando engravidei da Matilde fiquei muito contente pois era o bebé pelo qual eu há muito tempo lutava. Mas o medo era grande e a insegurança era maior que que a felicidade. Então foi quando eu procurei o Reiki, logo no início da minha gravidez, o que me trouxe uma paz muito grande. Foi então que eu vi que o Reiki fazia parte da minha vida e fui fazer o curso. Depois de me tornar reikiana passei a fazer Reiki todos os dias a mim e à minha bebé. Vivi momentos muito bons e hoje sou uma pessoa muito mais calma e serena. Consigo ouvir os outros e pensar na resposta que lhes vou dar, para não dizer aquilo que não devo. Tenho mais confiança em mim e no Universo, porque se encarrega de nos mostrar o que a vida tem para nos dar. Passei a ter mais calma. Até mesmo na hora do parto e quase até ao fim eu consegui praticar Reiki. Deixei fluir muito Reiki naquela sala. E na hora em que o médico me disse para fazer força mas a força já me faltava, a única coisa que me lembrava era da minha filha e pedia à energia Reiki que me ajudasse a recuperar as forças. Assim foi e dei à luz uma bebé linda e maravilhosa e muito serena – a pequena Matilde.

Por isto tudo eu sou muito grata à energia universal Reiki.”

 

Vanda Alves

21 de julho de 2014"

 

 

E vocês, também têm alguma experiência semelhante que gostassem de partilhar?

Não hesitem!

Enviem-nos email para blog@mulherfilhamae.pt

Seg | 14.09.15

Gymboree: Já conhecem o espaço e conceito? Nós, já!

Ana Vale

Eu conheci o Gymboree numa conferência para Pais e futuros pais, que foi realizada na Culturgest. 

 

Ofereceram-nos um mês Gratuito no mesmo evento, mas sinceramente, nem sabia muito bem do que se tratava, apenas que eram atividades lúdicas para crianças (o que confesso que me suscitou bastante curiosidade na altura...).

Esperei que a Madalena fizesse os seus 6 meses e lá fomos nós, utilizar o dito vale. 

 

Tínhamos à nossa frente um espaço amplo, bastante cuidado, adaptado aos diversos estádios do desenvolvimento infantil e com funcionárias bastante simpáticas e disponíveis. Percebia-se que sabiam e que gostavam do que estavam a fazer, e porque o estavam a fazer. 

 

 

Nem sempre pudemos participar em determinadas aulas por indisponibilidade, mas sempre que o mesmo aconteceu, tentavam arranjar uma forma de podermos estar presentes e usufruir do vale que tínhamos. Como era um vale que tinha também como objetivo dar a conhecer o tipo de atividades que desenvolviam no espaço, pensei que seria provável que nos fizessem alguma "pressão" (mesmo que indireta) para lá continuarmos, mas nunca o sentimos! Muito pelo contrário, deixaram-nos sempre muito à vontade para usufruirmos das atividades, do espaço e para colocarmos todas as dúvidas que poderíamos ter. ADORÁMOS!

 

 

A Madalena brincou, rebolou, dançou, "cantou" e acima de tudo aproveitou o que conseguiu, da forma como melhor se sentiu. 

Por vezes acompanhava-a eu, outras, o Pai (o bebé tem de estar sempre acompanhado por um adulto de referência) e foi ótimo ter aquele momento especifico de brincadeira com ela, num espaço diferente, totalmente preparado para isso e orientado por quem percebe mais tecnicamente sobre o assunto.

No final da aula, davam-nos uns documentos orientadores com algumas atividades especificas para cada idade (Muito interessante!), sendo que algumas íamos realizando nas aulas. 

 

Infelizmente não tirámos muitas fotos pois as aulas tinham outras crianças, e não era permitido [As fotos que aqui estou a colocar são retiradas na internet], mas ficou o que aprendemos e a vontade de lá voltar!

 

Agora que tenho menos tempo será mais complicado ir, mas assim que for possível não deixarei de lá voltar, pois sem dúvida que este será sempre um espaço de referência, neste âmbito, para nós!

 

 

Hoje em dia, com os trabalhos que temos e com todos os afazeres e responsabilidades à parte dos mesmos, torna-se complicado ter tempo de qualidade para brincarmos e simplesmente estarmos com os nossos filhos. 

Uma das coisas que senti no Gymboree, é que aquele tempo, sem telemóvel, sem televisão, sem trabalho, sem o resto do mundo, era só meu e dela, mesmo com as outras crianças e com as outras mães que o frequentavam também. Aquele momento de brincadeiras, sorrisos, novas descobertas e interação, era nosso e sem dúvida, que nos aproximava ainda mais!

Para além disso permitiu-nos conhecer outras Mães e Pais com bebés da mesma idade da Madalena, o que nos permitia ir trocando algumas ideias e experiências.

 

Como gostámos tanto, sem dúvida que tinha de haver aqui um texto sobre esta nossa experiência, e para o complementar, achei boa ideia pedir a uma das técnicas do Gymboree que escrevesse um texto sobre os benefícios do brincar quer para o bebé, quer para os Pais e o Bebé. 

A Psicóloga e Professora no Gymboree, Carolina Canto, demonstrou-se bastante disponível para colaborar comigo nesta exposição e brevemente o seu texto será colocado no blog.

 

De certo que irão apreciar tanto como eu!

 

Estejam atentos! 

Sab | 12.09.15

Crónicas da nossa Equipa Clínica: "Pois é, nem todas as pessoas têm de gostar de nós".

Ana Vale

São muitas as vezes que encontro nas minhas sessões pessoas que são prisioneiras da opinião de outras e são muitíssimas as vezes que tal facto as encaminha para um estado de grande ansiedade e de depressão. Para abordar este tema tão sensível partilho convosco esta história:

 

CARREGAR LENHA

Todas as manhãs, Manuel, acompanhado pelo seu filho e por um belo burro branco, ia buscar lenha à floresta. Quando já tinha lenha suficiente, carregava o burro e voltavam os três para casa, atravessando a rua principal da aldeia.

Certo dia, Manuel ouviu um dos aldeões dizer:

- Olha o descaramento do Manuel e do filho. Vão com as mãos nos bolsos e o pobre burro carregado até não poder mais. Que falta de vergonha, é preciso ser muito cruel para com os animais e tal, e tal…

Manuel ficou muito incomodado com aqueles comentários.

No dia seguinte, decidiu que o filho carregaria uma parte da lenha. Deste modo, pensava ele, o burro não iria tão carregado e os aldeões não o criticariam.

Mas não foi bem assim.

Ao passar em frente a um dos aldeões ouviu que comentavam com aparente indignação:

- Que vergonha! Olha para ele. Vai ali, com as mãos nos bolsos, enquanto o filho e o burro carregam a lenha. Nunca se viu uma coisa destas e tal, e tal…

Manuel ficou ainda mais incomodado com aquelas críticas do que com as do dia anterior. Ficou a pensar que talvez os aldeões tivessem razão. Que era um desavergonhado e que não poderia permitir aquela injustiça. Teria de mudar. Fazer qualquer coisa para que todos vissem que se tinha emendado.

Assim, no dia seguinte, decidiu carregar a lenha do burro; desta forma, tanto ele como o filho levariam a lenha, e os aldeões veriam que ele tinha mudado.

Mas não foi assim.

Ao passar em frente aos aldeões, ouviu o seguinte:

- Olha que idiotas os dois, o pai e o filho. A carregar a lenha, enquanto o burro vai ali tranquilo, sem levar um raminho sequer.

 

O Manuel tornou-se prisioneiro da opinião dos outros, para conseguir agradar aos outros, para que todos falassem “bem” dele, não soube discernir entre as críticas que o poderiam ajudar a melhorar a situação e as críticas provenientes de pessoas que criticam simplesmente porque gostam de criticar.

 

Todos nós temos de enfrentar críticas mas todos devemos aprender a discernir entre as críticas positivas e aquelas que simplesmente devemos ignorar pois nenhum ser humano pode depender daquilo que os outros dizem ou não sobre nós. Olhamos para o exemplo do Manuel e podemos compreender o risco de que se se prestar demasiada atenção às críticas isso pode fazer com que atuemos de forma ridícula e entrarmos numa espiral de sentimentos menos positivos.

 

Voltamos ao título deste texto: Nem todas as pessoas têm de gostar de nós!

Já diz o provérbio: “Não se pode agradar a gregos e a troianos.” Somos diferentes! É um facto!

Faço-lhe duas perguntas para refletir:

- Gosta de todas as pessoas que conhece?

- Todas as pessoas têm de gostar de si?

 

Como resposta a estas questões deixo-vos esta frase humorística e um próximo texto que brevemente será publicado no blog.

 

Estejam atentos!

 

 

 

*Crónica por Isabel Sofia Pires (Terapeuta Familiar).

Sex | 11.09.15

Entrevista a Andreia Vieira - Responsável pelo Projeto "Barrigas com Reiki".

Ana Vale

Na sequência da minha grande vontade de publicar o meu testemunho sobre os benefícios que a prática de Reiki e Meditação me trouxeram durante a gravidez e no meu pós-parto (que podem consultar aqui), achei que seria bastante interessante e complementar, falar com a responsável pelo projeto Barrigas com Reiki da Associação Portuguesa de Reiki (APR).

 

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Conheci o projeto enquanto grávida, e na altura, infelizmente não pude participar por motivos profissionais e de incompatibilidade de horários. 

Contudo, sempre tive bastante curiosidade no mesmo, e hoje, penso ser o momento ideal para vos dar a conhecer um pouco mais sobre o projeto e sobre os benefícios do mesmo durante a gravidez e no pós-parto, não só para atenuar determinada sintomatologia característica do período da gravidez, e todos os desconfortos subjacentes, como para lidar e/ou prevenir situações como Baby Blues, Depressão e Ansiedade pré e pós-parto.

Via email, a Terapeuta e Mestre de Reiki e membro da direção da Associação Portuguesa de Reiki, Andreia Vieira, atualmente responsável pelo projeto Barrigas com Reiki, respondeu-me a algumas questões, não só sobre o projeto como também a outras inerentes à temática Saúde Mental no Pré e Pós-Parto, que hoje, partilho convosco!

 

Acima de tudo, espero que vos seja útil.  

 

 

No que consiste o projeto Barrigas com Reiki?


O Barrigas com Reiki é um ponto de encontro para grávidas e seus acompanhantes tendo como base o Reiki, não só enquanto terapia complementar mas também como filosofia de vida. Durante os encontros pratica-se meditação e as grávidas são orientadas no seu auto-tratamento Reiki, de forma a adequá-lo às várias fases da gestação, de forma a prevenir ou aliviar algumas das situações de saúde mais comuns, por exemplo, os enjoos, os desequilíbrios hormonais, a ansiedade ou azia, entre outras. Acontece também haver partilha de Reiki entre as participantes, que habitualmente não têm oportunidade de receber sessões de outra pessoa.
Por outro lado, como o Reiki é também uma filosofia de vida, explora-se esta vertente como forma de ajudar as grávidas a relaxarem e a encontrarem a serenidade necessária para melhor lidarem com os vários desafios trazidos pela gravidez, parto e pós-parto.

Qual considera ser a importância da sua prática durante a gravidez e no pós-parto?


A prática de Reiki durante a gravidez pode ser uma excelente ajuda. Sabe-se que a gravidez é um período único na vida da mulher. Não só pelas inúmeras transformações que ocorrem a nível físico, como também pelas diversas mudanças a nível emocional e psicológico. Tudo faz parte de um processo natural e fisiológico que, se for vivido com serenidade e harmonia, deixará marcas muito positivas para sempre na mãe, no bebé, no casal e em toda a família. O Reiki pode ser uma preciosa ajuda para viver este período com paz e equilíbrio e esse é o feedback que recebo das várias grávidas que já tive o privilégio de acompanhar. O Reiki pode até ser muito valioso antes da concepção, quando há dificuldades em engravidar, ao contribuir para equilibrar e serenar os elementos do casal, contribuindo até para que se possa perceber o que estará a bloquear.

Acredita que a realização de Reiki durante a gravidez e no pós-parto poderá prevenir o desenvolvimento de Baby Blues, Depressão e Ansiedade Pós-Parto?


Sem dúvida que pode contribuir para a prevenção de baby blues, depressão e ansiedade pós-parto . O Reiki tem boas indicações para ajudar no tratamento da ansiedade e depressão em geral, adaptando-se perfeitamente enquanto ferramenta de prevenção dessas situações pós-parto. Ainda assim, chamo a atenção para o facto de se tratar de uma terapia complementar, pelo que a pessoa deve seguir todos os conselhos do seu médico assistente.

O Reiki ajuda porque vai contribuir para o relaxamento total do organismo e ajuda a equilibrar a pessoa como um todo, isto é, tendo em conta as suas dimensões física, emocional, mental e espiritual. Ao mesmo tempo, o Reiki é também uma filosofia de vida assente em princípios universais positivos e construtivos, o que também ajuda em casos de depressão e/ou ansiedade. Além disso, costumo sublinhar que só o facto de uma mãe recente conseguir estar uma hora sem interrupções a cuidar de si, do seu corpo e mente e a relaxar já a irá ajudar muito na recuperação de uma situação de baby blues ou outras.


Enquanto Terapeuta e Mestre de Reiki, qual a sua recomendação para as mulheres e respetivas famílias que poderão vir a passar ou que estão a passar por uma situação como a descrita anteriormente?

Começo por sublinhar que esta situação é muitíssimo mais comum do que se imagina e é importante dizermos isto. É importante porque as mulheres precisam de saber que estão acompanhadas, que há milhares que sofrem ou sofreram da mesma maneira e que não são mães menos zelosas, carinhosas e fantásticas que todas as outras. Vive-se muito a ditadura da imagem, difundida agora também através das redes sociais, das mulheres que mal acabam de dar à luz já estão em forma, com roupas maravilhosas e a fazer vida social com o recém-nascido. Isto está tudo certo, claro, é até muito bom que haja estas experiências positivas, mas cria-se uma enorme pressão em torno das mulheres que não conseguem replicar esse modelo.
Além disso, digo às mulheres e familiares que os compreendo muitíssimo bem. E compreendo de facto, pois acompanhei de perto uma situação destas na minha família e sei bem o quanto pode ser desestruturante, com fortes repercussões no equilíbrio de toda a família. Por isso, recomendo também que se procurem rodear de toda a ajuda possível e imaginária. Uma situação destas requer apoio da família, muita compreensão e carinho. Acima de tudo, tento passar a mensagem dos Cinco Princípios do Reiki, que são os princípios que orientam a conduta do praticante de Reiki. Assim, diariamente, dizemos:

Só por hoje,
Sou calmo
Confio
Sou grato
Trabalho honestamente
Sou bondoso

Trabalhar os Cinco Princípios durante a gravidez, e também no pós-parto, ajuda bastante na prevenção de depressão/ansiedade. Auxilia até durante o trabalho de parto. A este propósito recordo-me de um caso específico em que a grávida, que era praticante de Reiki, recitava os Cinco Princípios para enfrentar as contrações durante o trabalho de parto.

 

 

 

Obrigada Andreia!

 

Só por hoje, sou grata.

Qui | 10.09.15

A Depressão Pós-Parto não é uma miragem! - Artigo publicado na plataforma Maria Capaz.

Ana Vale

E que quando quiserem, podem consultá-lo aqui ou lê-lo de seguida:

 

texto dpp não é miragem maria capaz.png

 

Nos dias que correm, ensinam-nos… e aprendemos de tudo!

Ensinam-nos a dar banho a um bebé, as melhores técnicas de amamentação, a agir quando há febre, cólicas, quando o bebé se engasga, entre outras situações. Mesmo antes de tudo isto, ensinam-nos a fazer os melhores exercícios para tonificar a região perineal e para mantermos a forma durante a gravidez. Relatam-nos que urinar com frequência durante este período é comum, assim como ter náuseas, vomitar, ter tonturas, cansaço ou até mesmo azia, se for o caso.

 

Ensinam-nos que existem vários tipos de partos e que, independentemente do que nos assistir, temos de estar preparadas para os vários cenários.

Ensinam-nos a preparar uma mala adequada para levar para a maternidade e até nos sugerem onde ir buscar os produtos com os preços mais acessíveis e/ou com a melhor qualidade possível para colocar na mesma. Ensinam-nos que cuidados necessitaremos de prestar ao rebento que se prepara para nascer.

Ensinam-nos que a gravidez é a melhor fase da nossa vida e que o momento de ter um filho, por mais dor que provoque, concomitantemente dará origem (em muitos casos) ao apogeu da nossa vida pessoal.

Ensinam-nos a respirar para ter um filho e para lidar com as suas birras depois de nascer.

 

Mas quem é que nos prepara para o choque psicoafectivo que implica ter um filho? Ou pelo menos, quem tenta? Quem é que nos tenta preparar para as possíveis noites de choro intermitente e angústia constante que poderão vir e passar, ou vir e ficar, nos dias e semanas (ou até meses) que sucedem o parto? Quem é que nos prepara para a possibilidade (mesmo sendo só uma possibilidade) da maternidade nem sempre rimar com felicidade e de haver determinada sintomatologia bastante sugestiva de um mau estar profundo, que vai muito para além de uma simples e (suposta) comum tristeza? Quem, onde, e de que forma, se fala sobre isto e sobre o tema “Saúde Mental Perinatal” no geral?

As famílias ainda se encontram muito fechadas para esta problemática, assim como a sociedade em geral, e muitas mulheres e respetivas famílias acabam por sofrer em silêncio as consequências de uma patologia subdiagnosticada, o que a curto e/ou a longo prazo poderá trazer inúmeras consequências para a mulher, para o bebé e para a família no geral.

 

Tal como referi inicialmente, ensinam-nos e aprendemos de tudo. No fundo, de tudo o que integra o lado físico. Porque o que se insere no espaço do psicológico, muitas vezes não é tido em conta, chegando mesmo a ser desvalorizado por quem cuida e por quem é cuidado, tornando problemas como a depressão pós-parto, uma suposta miragem, que na verdade, é muito mais real, clara, pesada e comum, do que se pensa (ainda) atualmente.

 

Ana Vale.

 

Enfermeira | Formadora| Autora do blog:

http://mulherfilhamae.blogs.sapo.pt/

 

 

 

Mais um passo em direção à divulgação do tema e ao debate dos vários conteúdos que lhe são inerentes! 

Ainda há muito por fazer. No entanto, a quantidade de pessoas que o partilharam e comentaram e acima de tudo a quantidade de pessoas que o viu e leu, não só demonstra um pedaço dos casos reais existentes, como atesta o tanto que ainda há por fazer nesta área, especialmente a nível comunitário. 

 

Deixo-vos alguns dos comentários que marquei, e que tal como as Histórias que dão a cara por esta causa, também dão semelhante força ao assunto em questão. 

 

Comentários maria capaz dpp não é miragem.png

 

 Obrigada, equipa da plataforma Maria Capaz!