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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Qua | 09.09.15

Infertilidade: E quando o corpo não responde como nós gostaríamos?

Ana Vale

Há pouco tempo tive com uma amiga que me confidenciou que está com algumas dificuldades para conseguir engravidar. 

Assim que começou a falar sobre o assunto, algumas lágrimas começaram a espreitar e outras teimaram mesmo em percorrer-lhe o rosto rápida e espontaneamente. 

Enquanto a abraçava com toda a amizade e compreensão, determinadas recordações começaram a emergir na minha mente e o meu coração não ficou indiferente. A velocidade do batimento quase duplicou, tornando todas essas memórias e emoções associadas, bem físicas e presentes.

 

Parecia que tinha sido ontem. Voltei aquela fase da minha vida em que também eu tive algumas dificuldades para engravidar. Não tantas como ela e como tantas outras mulheres que passam anos a tentar, mas o tempo em que eu tentei, pareceu uma eternidade. E penso que o parece a qualquer um que desejar muito ter um filho e que passados alguns meses/anos a tentar, verifica que não é tão fácil assim.

 

  • Lembrei-me perfeitamente daquela sensação de tanto querer que chegasse aquele dia, em que a menstruação não aparecesse, e o teste de gravidez confirmasse o seu motivo.
  • Lembrei-me perfeitamente daquela sensação de desilusão profunda, cada vez que chegava o tal dia do mês, e o meu corpo teimava em mostrar-me que ainda não tinha sido desta vez, ao longo de vários meses seguidos. 
  • Lembrei-me também que foi exatamente, em dois desses grandes momentos de desilusão, que duas grandes amigas me comunicaram com toda a alegria e felicidade típica do momento que estavam grávidas.
  • Lembrei-me de não ter conseguido demonstrar-lhes a minha felicidade como desejava, como demonstraria em qualquer outro momento da minha vida, e de me sentir (muito) mal comigo mesma por isso.
  • Lembrei-me de quando não aguentei sentir tudo isto para mim e resolvi deitar tudo cá para fora
  • Lembrei-me de quando comecei a não acreditar que tal fosse possível, e que nem queria imaginar a minha vida, se assim fosse. 

 

Também me passou pela cabeça que por necessidade, obrigação ou simples vontade, muitos adiam a chegada de um filho (tal como eu fiz) e que chegada a altura, os corpos fazem tremer as certezas e aí brotam as dúvidas, de se essas foram as melhores opções.

 

Todas estas memórias ressuscitaram, permaneceram, emocionaram-me e desvaneceram enquanto nos abraçamos. Assim sendo, aproveitei o calor do momento para partilhar tudo isto com ela e fazer-lhe ver e sentir que muitas histórias têm finais felizes, e (re)começos ainda melhores!

Mas sim, é verdade. Sei que enquanto vivemos esta realidade, a mesma é crua e torna-se cada vez mais desconfortável de sentir há medida que o tempo passa e que a ausência de resultados pretendidos, relacionados com o desejo de ter um filho, grita e ecoa.

 

Também sei que os outros não ajudam. Sejam eles quem forem. Que perguntarem sempre que nos vêem "se já conseguimos", "quando é que o bebé vem", que "já adiamos muito e qualquer dia estamos velhos para ter filhos", não são (de todo!) os melhores comentários para se ouvir, nem nesta, nem em qualquer outra fase da nossa vida. Embora como é obvio, ouvi-los nesta fase, seja ainda pior!

 

Nesta mesma semana, em que revivi muito sobre algumas das dificuldades que tive para ter a Madalena, recebi no meu email esta infografia sobre A verdade sobre a infertilidade e senti que seria um bom momento para partilhar ambas: O meu testemunho, e esta informação complementar e com autores que considero fidedignos. 

 

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Partilhem esta informação com quem considerem que seja pertinente, pois desejar ser Mãe e ser Pai, e verificar que o processo é muito mais complicado, demorado, e por vezes, impossível de conseguir, é um sofrimento que vem de fininho, instala-se e vai-nos decompondo devagarinho ao longo de meses, e muitas vezes, anos de tentativas, tornando este florescente desejo, numa realidade escura e vazia de se viver. 

 

Um abraço bastante sentido a todos estes Pais de coração! *

Ter | 08.09.15

A influência da Personalidade na Depressão Perinatal: A Personalidade.

Ana Vale

Já alguma vez se questionaram sobre:

- O que é a personalidade?

- Como se define?

- Onde se delimita?

- Até onde vai, ou como é que se instala?

 

 

E já agora, se sim, a que conclusões chegaram? 

 

 

Cada um de nós tem uma personalidade única que engloba formas relativamente estáveis de pensar, de sentir, de comportamento e de relação com os outros, sendo que, alguns destes processos são conscientes e outros não.

Desde há muito estudado e debatido o seu conceito, sabe-se que a palavra personalidade deriva do termo latino persona - máscara que foi utilizada pelos atores do antigo teatro grego, concretamente da tragédia grega, que usavam uma máscara durante toda a representação, permitindo aos espectadores reconhecer a personalidade das diferentes personagens.

 

O termo alude-nos à construção de um modo de ser, de como um sujeito é percebido pelos outros. É o elemento relativamente estável da conduta de uma pessoa, a estrutura que subjaz à constelação de características de cada um de nós. É no fundo, o que nos torna unos e únicos, distinguindo-nos de todos os outros.

Quando nos referimos à personalidade de alguém, temos em conta os seus sentimentos, emoções, pensamentos, atitudes, comportamentos, motivações, tomadas de decisão e projetos de vida.

 

 A personalidade envolve a totalidade da pessoa e é uma construção pessoal que decorre ao longo da nossa vida fruto da elaboração da nossa história de vida, da forma como nos sentimos, representamos e integramos as nossas experiências.

 

 

Avaliar se uma personalidade é saudável ou não, é difícil, no entanto, sabe-se que as experiências que cada um de nós tem na infância e na adolescência têm uma importante influência no desenvolvimento da nossa personalidade, nomeadamente, de traços que promovam, ou não, a nossa adaptação ao meio que nos envolve.

 

Alguns autores que estudaram estes temas não encontraram, nas suas investigações, suporte para a hipótese de que um determinado e único perfil de personalidade predisponha a mulher para o desenvolvimento de uma depressão pós-parto.

O que tem sido encontrado na literatura cientifica são associações entre estilos de personalidade que podem aumentar a vulnerabilidade da mulher para desenvolver sintomatologia/perturbação depressiva no período do pós-parto.

No entanto, o estudo da influência da personalidade no desenvolvimento da depressão perinatal é muito recente, pelo que, os dados existentes ainda são muito escassos.

 

 

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Fonte 1

Fonte 2

Fonte 3

Fonte 4

Dom | 06.09.15

Os benefícios do Reiki e da Meditação na Gravidez e no Pós-Parto: O meu testemunho.

Ana Vale

Tal como já falei neste post, o método Reiki é um sistema natural de harmonização e reposição energética que mantém e recupera a saúde. Não é uma religião ou um sistema filosófico, não tem restrições ou tabus, adapta-se a qualquer cultura, raça ou idade e não é necessário que acreditemos nele, para que se propague ou surta efeito.

 

Já lá vão quase 10 anos desde que iniciei a integração desta filosofia na minha vida. Muito me tem ajudado, mas sem dúvida que durante a gravidez e no pós-parto, a prática de Reiki e de Meditação, foi extremamente benéfica, não só no controlo e atenuação de determinados sinais e sintomas característicos da gravidez, como na passagem pelo Baby Blues.

 

 

Durante a gravidez (praticamente toda), muitas foram as náuseas que tive e as cenas de vómito que protagonizei na primeira pessoa. Foram estes, os principais sintomas (diários, das 6 às 37 semanas) que tornaram a maior parte da minha gravidez, um filme de (quase) terror, em muitos momentos diferentes.

Mal acordava já estava a vomitar e o mesmo processo chegou a repetir-se 8 vezes num só dia, mais do que uma vez... 

 

Todas estas vivências deixavam-me frequentemente sem energia e força para continuar a gerir o meu dia e a minha rotina.

Fiquei de cama algumas vezes, e outras, tendo de aguentar (especialmente pelo trabalho) tornavam-se dias de tortura autêntica, pela disposição com que ficava. 

 

O auto-tratamento de Reiki entrou em várias cenas deste filme verídico e ajudou-me muito no controlo da má-disposição em muitos momentos da minha gravidez. No controlo das náuseas, dos vómitos, mas acima de tudo, na gestão da má-disposição e da anergia que me assistia logo após uma sessão de vómitos consistentes. 

Mais tarde ajudou-me bastante na atenuação das (fortes) dores de costas e na (grande e persistente) azia que me assistiu várias vezes ao longo do dia nos últimos dois meses de gravidez. Também nesta fase, a Meditação foi uma grande aliada para recuperar energias, promover uma maior tranquilidade intrínseca, e gerir o típico stress de quem vê a data do nascimento a aproximar-se e ainda tanta coisa para fazer e organizar.

 

Mas a realização de Reiki e Meditação durante a gravidez, não me ajudou só no controlo de determinada sintomatologia que me provocou dores e desconforto físico e emocional. Em muitos momentos, a sua simples aplicação, fez-me sentir mais segura e mais próxima da minha filha. Mais segura, pois por vezes, sentia determinadas sensações dolorosas (picadas e/ou pontadas repentinas, por exemplo), cuja causa ou fundamento desconhecia (sensações que me foram explicadas posteriormente como comuns, mas assustadoras para quem vivencia uma gravidez pela primeira vez), tendo a tendência imediata de aplicar Reiki no local até conseguir contactar a médica ou recorrer ao hospital, se fosse o caso. Mais próxima da minha filha, pois desde cedo que comecei a aplicar Reiki, não só para controlo de sintomatologia dolorosa e desconfortável, como também para a mesma ter a oportunidade de o sentir e a verdade é que muitos foram os momentos em que assim que o aplicava, a mesma começava logo a mexer-se, próximo do local da aplicação.

 

 

Após a Gravidez, e enquanto passei pelo Baby Blues, pouca Meditação pratiquei, ao contrário de Reiki, que realizei bastante, especialmente após aquelas grandes crises que choro que me deixavam sem norte. Lembro-me da sensação de alivio que sentia e acima de tudo, lembro-me (muito bem até) da sensação de diluição do nó que durante esses momentos de choro e pós-choro, sentia bem consistente e pesado no meu estômago.

Quando me sentia sozinha, quando me queria isolar, quando me sentia bastante irritada e após diversas discussões que tive, apliquei sempre Reiki, e a sensação de maior alivio e tranquilidade que emergia no momento, foi, é e será, sempre indiscutível.

 

O Reiki não resolve problemas, nem substitui os atos e tratamentos médicos, como já referi aqui.

O Reiki permite que a nossa energia vital flua de forma a que, o que nos faça sentir menos bem connosco, seja eliminado mais eficaz e eficientemente, conduzindo-nos a uma sensação de maior bem-estar, mesmo depois de momentos de grande tensão, como os que passei nesta fase mais complicada da minha vida. 

 

Em comparação com outras fases, durante a minha Gravidez e no meu pós-parto ainda senti mais necessidade de praticar Reiki, e de o tornar, num grande aliado na resolução de problemas de ordem física e emocional típica (ou não) destes momentos. 

 

 

Na altura em que estive grávida, pelo que fui passando e pelo trabalho que mantive até ao último trimestre, não consegui participar no projeto Barrigas com Reiki, mas muita pena tive de não usufruir da grande oportunidade que a Associação Portuguesa de Reiki começou a dar às grávidas, através do desenvolvimento e implementação do mesmo projeto.

 

Não pude participar, mas de forma a complementar este texto, resolvi contactar a mentora do Projeto, que aceitou responder-me a algumas questões sobre o mesmo. Brevemente irei publicar a entrevista no blog

 

Estejam atentos! 

 

E já agora, existe por aí alguma história semelhante que queiram partilhar?

Sex | 04.09.15

Emoções Negativas.

Ana Vale

 

 

"Para superar as emoções negativas, devemos utilizar a inteligência e desenvolver os nossos conhecimentos a fim de fortificar, graças a eles, as emoções positivas como a compaixão, a bondade, a fé e a benevolência.

Só desenvolvendo, paralelamente a estas emoções positivas, a sabedoria e o conhecimento, poderemos ultrapassar as emoções negativas e também pôr-lhes cobro." 

 

 

Dalai Lama em 108 pérolas de sabedorias paras atingir a serenidade.

Qui | 03.09.15

Os benefícios do exercício físico na prevenção da Depressão Pós-Parto.

Ana Vale

De acordo com a um artigo escrito por Carolina Serpejante na revista Reiki & Yoga, várias são as pesquisas cientificas que comprovam que a prática de exercício físico pode ajudar muito na prevenção, ou até mesmo no tratamento, de determinados problemas que afetam as emoções, como a Depressão Pós-Parto. 

 

De acordo com um estudo feito pela Universidade de Melbourne, na Austrália, que acompanhou mais de 160 mães, que tinham acabado de ser mães, dividiram-se as mesmas em três grupos. No primeiro, as mulheres estabeleceram uma rotina de exercícios de uma hora por semana, durante 8 semanas. No segundo, as mulheres receberam apenas instruções em forma de anotações e no último grupo não houve acompanhamento.

Depois de serem analisados os resultados, os cientistas concluíram que houve uma melhoria significativa nos testes de sintomas de depressão no primeiro grupo - e os resultados mantiveram-se um mês após o final do acompanhamento. O número de mães identificadas com possibilidade de desenvolver uma depressão pós-parto caiu em 50% no grupo ativo.

 

 

Os benefícios da realização de exercício físico já há muito que são conhecidos, sendo que, entre tantos, temos que a atividade física proporciona distração e convívio social, além de promover a libertação de substâncias como endorfinas e serotonina, responsáveis por melhorar o humor. 

Para além de nos ajudar a voltar à nossa forma (ou quem sabe, ficarmos ainda melhores!), acima de tudo, o exercício físico promove o nosso bem-estar geral, estimulando também o aumento consequente da auto-estima e auto-confiança (para além dos vários benefícios a nível físico já bastante conhecidos e amplamente debatidos).

 

Nem que sejam 30 minutos por dia, 2 a 3 dias por semana, a verdade é que os efeitos a curto, médio e longo prazo são bastante visíveis e acima de tudo bastante sentidos por quem o pratica. 

 

 

Lembrem-se que, mesmo que inicialmente sintam que vos é complicado gerir os cuidados do bebé e praticar algum exercício, podem sempre:

 

- Definir determinados dias da semana para andarem com o bebé no carrinho, no jardim e/ou noutro local onde seja possível fazer uma boa caminhada;

- Aproveitar o companheiro, o familiar, a amiga e/ou a vizinha de confiança que esteja disponível para ficar com o bebé, enquanto faz a sua caminhada ou vai ao ginásio;

 

Na fase do pós-parto, mais importante do que voltar ao peso ideal e/ou prévio à gravidez através da realização de exercício físico, é fundamental promover o seu bem-estar mental, adquirindo tempo de qualidade também para si, que é a cuidadora de referência, mas que também precisa de ser cuidada!

Ter | 01.09.15

A influência da Personalidade na Depressão Pré e Pós-Parto.

Ana Vale

Sabiam que a personalidade influência o desenvolvimento da Depressão Perinatal (Relembro que Perinatal remete-nos para o período desde a conceção até ao primeiro ano após o parto)?

 

É verdade!

Quando comecei a ler um pouco mais sobre isto, não só o interesse cresceu a cada capitulo que passava, como a sede de conhecimento era cada vez maior. É um mundo de informação bastante interessante e que nos leva a refletir muito sobre a influência da nossa personalidade e respetivos traços, ao longo da nossa vida, nomeadamente (e falando deste contexto em particular), no período perinatal.

 

Desta forma, para vos transmitir alguns dos conhecimentos que fui adquirindo integrados nesta temática, e na esperança de vos colocar também a refletir, resolvi estruturá-los de forma diferente no blog, dada a quantidade de informação existente.

Ou seja, a partir da próxima semana começará uma nova rubrica no blog do género "edição especial" (integrada na temática da Saúde Mental no pré e pós-parto) que se dividirá em 8 publicações que serão colocadas no blog todas as semanas (uma por semana), de forma a explorar e dar-vos a conhecer um pouco mais sobre o mundo que abrange o envolvimento da personalidade no possível desenvolvimento de uma depressão perinatal. 

 

 

Na próxima semana, a rubrica iniciará com o tema "A influência da Personalidade na Depressão Perinatal: A Personalidade", onde abordarei um pouco mais profundamente o conceito de personalidade, e qual a sua importância para a temática em questão.

 

Alguns dos próximos temas serão:

  • A influência da Personalidade na Depressão Perinatal: A Dependência e a autocrítica.
  • A influência da Personalidade na Depressão Perinatal: Temperamento e Caráter
  • A influência da Personalidade na Depressão Perinatal: Obsessividade.

 

Tal como qualquer outro fator considerado de risco para o desenvolvimento de uma Depressão Perinatal que nos remete para a possibilidade acrescida de desenvolvimento da mesma patologia, assim o é, de acordo com vários autores, a personalidade e respetivos traços que a compõem. Como tal, não só é um tema que não poderia deixar de abordar dentro da área de Saúde Mental no pré e pós-parto, assim como se torna fundamental tornar publicamente acessíveis estes factos para poderem ler, transmitir e reter, tornando viável a possibilidade de uma preparação mais adequada da mulher e respetiva família para o período perinatal, assim como contribuir para a possível prevenção do desenvolvimento de uma depressão no mesmo período. 

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