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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Sex | 27.01.17

"Esta informação (para mim que vou iniciar o processo de gravidez) ajuda imenso!"

Ana Vale

Para esta leitora, os textos sobre baby blues e depressão pós-parto ajudam-na imenso e compreender de forma mais realista o que é iniciar o percurso pelo mundo da maternidade. Tal como referiu num comentário que fez a este texto:

 

"Já o disse noutro post que tem esta informação e digo-o novamente, para mim que vou iniciar o processo da gravidez (lool vou chamar-lhe assim, já que vou à 1 consulta dia 16 para saber se está tudo bem para engravidar :) ajuda imenso! E vou colocar o marido a ler também!! 
Obrigada por toda a informação!"

 

 

Ler este tipo de informação, saber que situações como estas podem acometer qualquer família, é uma hipótese tão possível como qualquer outra, de qualquer área, e que integrem o mesmo período da vida da mulher e respetiva família.

 

Algumas com maior ou menor probabilidade de ocorrer, a verdade é que se de facto informação não ocupa lugar, e como tal, estarem informados sobre como dar um banho a um bebé, tal como quais as melhores posições que frequentemente se adotam para a amamentação poder ocorrer da melhor forma possível, são informações tão importantes como compreenderem quais os sinais de alerta para um baby blues, assim como para uma depressão pós-parto. Compreender quais as suas diferenças e onde se podem dirigir para pedir ajuda em caso de dúvidas e necessidade de apoio é fundamental para se sentirem mais seguros e confiantes. Especialmente nesta fase que, por norma, se revela cheia de turbulências emocionais, como o inicio da maternidade. 

Qui | 26.01.17

#estratégiasDPP: Como lidaram com o baby blues e com a depressão pós-parto?

Ana Vale

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E que tal se começarmos a aglomerar algumas estratégias que utilizaram para lidar com a vivência de uma depressão pós-parto e de um baby blues? 

 

Não se coíbam! 

 

Utilizem a hashtag #estratégiasDPP para partilharem, e para que quem quiser possa consultar, as várias formas que cada um(a) de vós utilizou, seja enquanto mulher, enquanto companheiro, enquanto mãe, tia, sogra, prima, pai, avô, filha, etc., para lidar com essa realidade tão complicada que foi viver com uma depressão pós-parto e/ou com um baby blues. 

Ter | 24.01.17

Desafios no relacionamento conjugal no início da maternidade

Ana Vale

Muitas vezes os pais, enquanto casal, têm uma tendência frequente para que discussões (de múltipla causalidade) ocorram até compreenderem como é que se podem apoiar e satisfazerem as necessidades emocionais um do outro. Não é incomum, para ambos, a experimentação de sentimentos de perda, a sensação de serem menos apreciados pelo(a) companheiro(a), menos valorizados, ou até menos amados do que antes de serem pais. Isto pode aumentar a tensão e contribuir para a experiência de ansiedade e depressão entre ambos e/ou de cada um. 

 

É comum ouvirem-se as mulheres falarem sobre esta realidade, e até mesmo os seus parceiros falam sobre estes factos, mas muitas vezes abordam a questão maioritariamente por não saberem como lidar com este tipo de situação considerada pelos próprios como estranha/desconhecida. 

 

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Também é natural considerar-se e sentir-se esta realidade como um paradoxo. Afinal, o mundo da maternidade que muitas vezes é pintado às cores, revela-se em tons cinza para muitos, e negro para alguns, no seu inicio. Contudo, não nos podemos esquecer do quão delicado é o momento que estamos a abordar!

 

É verdade que nem tudo são rosas na maternidade, mas também nem tudo são espinhos. E, especialmente se algum dos membros do casal - ou mesmo os dois - experimentarem algum tipo de problema do foro da saúde mental no período da gravidez e do pós-parto, então a vulnerabilidade será maior e os momentos de tensão e conflitos entre o casal poderão aumentar. Experimentar esta vulnerabilidade enquanto se cuida de um bebé poderá tornar-se muito assustador, pelo que todo o tipo de apoio, compreensão e tolerância por parte da família e amigos revela-se um elemento chave e que também marca o percurso que é trilhado pelo casal neste período de suas vidas. É vital que os casais tenham acesso a apoio especializado, criem um espaço seguro para explorarem os seus desafios individuais e aprendam a apoiar-se melhor. 

 

Isso pode incluir o recurso ao acompanhamento emocional, à psicoterapia, terapia familiar, ou simplesmente a adesão a um grupo de pais, ou até mesmo reunirem-se regularmente com amigos, onde conversas abertas e honestas sobre a presente temática podem ser compartilhadas com outros na mesma jornada. Assim como é vital que a saúde mental seja priorizada, integrar o relacionamento como uma parte crucial desta recuperação em curso também é importante.

 

O resultado provável é um relacionamento de casal mais forte e uma unidade familiar mais feliz. Mas sim, sem dúvida alguma que os desafios no relacionamento conjugal após a maternidade são muitos. Aliás, mais do que muitos. São diários, constantes, e frequentemente trazem dúvidas e confusões internas, que através de uma boa capacidade de comunicação entre ambos, tornam-se mais simples de resolver. 

 

Fonte

Qui | 19.01.17

Adoro o meu filho, mas estou sempre tão zangada e irritada!

Ana Vale

Acabaste de ser mãe. 

 

Ninguém duvida do amor que sentes pelo teu filho, especialmente tu. Mas a verdade é que te sentes sempre tão zangada e irritada. Por vezes, capaz de berrar com o teu bebé. Não só és capaz como já gritaste com o teu bebé. Várias vezes.

E cada vez que gritas, e te zangas, mais zangada e irritada ficas.

E cada vez que gritas, mais te questionas sobre porque o fazes. 

E cada vez que gritas, mais te culpas. Mais culpada te sentes. 

 

É como uma bola de neve. 

E essa bola de zanga e irritação está a crescer.

E quanto mais cresce, mais desorientada ficas. 

E quanto mais cresce, mais dúvidas tens. 

E quanto mais cresce, mais confusa te sentes. 

 

E aí, sentes que não sabes o que fazer. 

Falas com o teu marido? Com a tua mãe? Com a tua melhor amiga? 

Será que alguém me vai compreender? - questionas. 

Tens um filho saudável, amoroso. E estás zangada. 

E quanto mais olhas para ele, mais zangada ficas. 

E quanto mais olhas para ti, mais irritada te sentes. 

E quanto mais irritada te sentes, mais culpa absorves. 

 

Não sabes se isto vai ter fim. Questionas a opção de ter sido mãe. Mas por outro lado, foi o que sempre quiseste. Ou então, será que querias mesmo? - questionas. 

 

As perguntas aumentam e as respostas não aparecem. 

E continuas sem saber com quem falar. 

 

E quantas mais dúvidas tens, mais irritada ficas. 

E quantas mais respostas se ausentam, mais zangadas te sentes. 

 

Mas será que isto vai parar? 

Serei boa mãe? 

Serei a mãe que o meu filho precisa? 

Tenho medo de ficar sozinha com ele. 

Mas não era suposto eu ser capaz? 

Pensas.

 

E quanto mais te observas, mais culpa sentes. 

E quanto mais culpa sentes, mais zangada e irritada ficas. 

 

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Mas lembra-te - agora digo-te eu - que essa zanga e irritação poderão ser naturais nesta fase. Ou então, poderão estar a perturbar-te demais, e se assim for, pedir ajuda é mesmo o melhor remédio. Porque por mais pequena que possa parecer, é sempre melhor do que nenhuma ajuda ter. 

 

 

Texto baseado nesta notícia

Seg | 16.01.17

"Pedi ajuda quando já não dormia há várias noites e já tinha perdido 14kg"

Ana Vale

Tive poucas palavras para devolver a esta leitora, quando comentou o texto "Depressão Pós-Parto: Quando é que pediram ajuda?".

 

Contudo, uma coisa é certa, o pedido de ajuda que aclamou por iniciativa revelou muita da sua coragem e vontade de tratar o que a andava a fazer sofrer, aparentemente, há alguns anos. 

 

Já não é a primeira vez que são partilhadas por aqui, vivências de mulheres que levam meses e/ou anos a conseguirem assumir o sofrimento que sentem neste âmbito, sem que qualquer um à sua volta compreenda o que se passa. Pois tal como abordei há pouco tempo, não é pela expressão, ou por um ou outro encontro, que se percebe facilmente se alguém está a vivenciar uma depressão pós-parto. Portanto, para além das poucas frases que escreveu e que muito revelam em termos emocionais, eu também só lhe posso agradecer por ter tido a coragem de partilhar connosco parte do que sentiu contribuindo para aumentar a sensibilização das pessoas que consultam o blogue para o tema. 

 

E vocês, quando é que pediram ajuda?

centro@mulherfilhaemae.pt

 

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"Pedi ajuda quando já nada importava para mim.. nem eu nem os meus dois filhos.
Pedi ajuda quando já não dormia há várias noite e já tinha perdido 14kg.
Pedi ajuda quando vi que sozinha não conseguia.


E passados quase dois anos e com a vida composta e até uma vida que se pode dizer normal.. e feliz (sim.. feliz) continuo a precisar de ajuda porque ainda não consigo desligar-me, controlar e evitar remexer com os pensamentos sobre tudo o que passei e senti e vivi."

Qua | 11.01.17

Serviços de apoio a pessoas com experiência de Blues, Depressão e Ansiedade Pós-Parto.

Ana Vale

Vamos responder a este questionário? 

 

O seu grande objetivo é conhecer um pouco da vossa experiência e opinião neste âmbito, contribuindo estes dados para se aprimorar um projeto que está a ser desenvolvido neste segmento.

 

Não demora mais do que 3 minutos e pode ser muito útil para muitas mulheres, bebés e respetivas famílias num futuro próximo! 

 

Conto com todos vós!

 

Para responderem ao questionário também podem clicar aqui

 

Qualquer dúvida/questão:

centro@mulherfilhaemae.pt

 

 

 

 

Seg | 09.01.17

Conseguem dizer que alguém tem uma depressão pós-parto pela sua expressão?

Ana Vale

A fundadora da PostPartumProgress.org - Katherine Stone - pediu à comunidade que a segue e que já passou por algum problema relacionado com a saúde mental perinatal para que partilhassem fotos relativas ao período em que foram diagnosticadas e que combatiam algum problema do mesmo âmbito. Ao partilharem a foto tinham de preencher os espaços em branco da seguinte frase: 

 

"Quando esta foto foi tirada eu estava a sofrer de ___________________. Não consegues aperceber-te pela foto, mas eu senti/estava a passar por______________________."

 

Uma iniciativa extremamente interessante e que apelou à partilha de uma série de mulheres que ao mostrarem as várias fotos e ao preencherem a respetiva frase, mostraram como é contraindicado avaliar a presente problemática de forma parca, superficial e ligeira, olhando simplesmente para alguém. É muito mais para além disso, sendo que o sofrimento vai muito mais para além do que o nosso olhar (muitas vezes) consegue alcançar. 

 

Ganhem alguns minutos do vosso dia e vejam algumas dessas fotos aqui. De certo que vão ficar surpreendidos! 

 

 

Da minha parte, dou também o meu contributo! E vocês, querem dar o vosso? 

centro@mulherfilhaemae.pt

 

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Quando esta foto foi tirada eu estava a passar por um baby blues. Não consegues perceber pela foto, mas eu sentia um grande vazio e só me apetecia estar isolada. Minutos antes de tirar esta fotografia a Madalena estava a dormir, e a mim, só me apetecia chorar.

Sex | 06.01.17

Onde está a minha mulher?

Ana Vale

Acredito que seja este o pensamento de muitos homens que acabam de ser pais. Que num dia têm no olhar de quem está há anos a seu lado, uma ternura e uma vontade de estar sem fim, e que no outro, atentam que no olhar não se encontra nem por perto o carinho que também os embalava e os fazia reconhecer que estava ali a mulher que os amava. 

 

Acredito de igual forma que este pensamento seja fruto de muitas emoções que muitas vezes preferem esconder. Que produza ao mesmo tempo uma série de confusões e de zangas internas que se perdem, na tentativa de as resolver. Que instiga a desilusão de quem muito ou pouco expectava por um novo futuro cheio de amor e harmonia.

 

Imagino que para muitos, seja simples refletir sobre o facto de que de um pequeno rebento, isento de ação, mas cheio de ligação com ambos, pudesse nascer tamanha alteração, tamanha adaptação, tamanha confusão, tamanho amor. 

 

É difícil compreender para alguns onde fica a mulher que outrora os olhava com uma expressão exclusiva de amor e cuidado. Que outrora só tinha espaço para si nos seus braços, no seu peito, no seu corpo. Que outrora só o desejava. Que outrora só em si pensava, especialmente quando a casa chegava. 

 

É difícil para outros, ou até para os mesmos, aceitar que as rotinas mudam, que os humores também, que a família não alarga só em número, que o espaço não se ajusta só em mobílias e que as visitas deixam de vir somente por si.  

 

No fundo, é difícil compreender o impacto da chegada de um bebé quando ele ainda não está nos seus braços. Quando ele nem sequer nasce no seu corpo, ou quando só e simplesmente faz parte da sua imaginação. Quando nem sequer existe outro por perto. 

 

E tudo isto, há que ter em conta como de, nada mais, nada menos, do que completa e absolutamente natural. Mas Pais, peço-vos só um pouco de compreensão. Um pouco mais do que aquela que consideram ter, ou mesmo do que aquela que têm tido e que consideram que está a terminar. 

E como se já não estivesse a abusar, peço-vos também um pouco mais de tolerância e afeto, mesmo nos piores momentos. Tolerância e afeto com quem está a vosso lado, e acima de tudo, tolerância e afeto convosco próprios. Acreditem no que já construíram. Relembrem várias vezes o que prometeram construir. E reflitam bastante sobre como é que podem tornar esta fase - porque é isto que é, uma fase - no momento mais confortável possível, dentro da desorganização mental que poderão estar a viver. 

 

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A verdade é que vocês conhecem de ginjeira quem têm ao lado. Simplesmente, essa mulher, tem agora em si uma nova e complexa missão - o constructo de um novo papel, o de mãe - e vocês têm em vós uma posição fundamental nas suas vidas - o vosso apoio é fundamental! - nas vossas vidas - também vocês estão a construir o vosso papel de pai - e na vossa vida de casal - tolerância e afeto... estão recordados? 

 

Sim... vocês já eram, mas agora, são ainda mais importantes!