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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Qui | 20.07.17

Joana Nogueira: uma jovem artista que está a sensibilizar para a depressão pós-parto!

Ana Vale

A Joana, estudante do Mestrado de Design da Imagem da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, encontra-se na fase na realização do seu projeto de investigação e contactou-me há já alguns meses para saber se seria possível colaborar na realização do seu projeto com alguma orientação quanto ao tema que queria trabalhar. Quando me contactou referiu que no que concerne à depressão pós-parto "O que pretendo é desestigmatizar esta problemática através de estratégias visuais, alertando e consciencializando a sociedade para a sua seriedade e gravidade" (sic), o que me deixou desde logo muito atenta à sua proposta. 

 

Quanto à colaboração, é óbvio que não hesitei, pois através da sua abordagem, do trabalho que já tem vindo a desenvolver (e que podem consultar aqui) e do grande interesse manifestado, ficou claro para mim que este trabalho mútuo só poderia integrar mais um forte contributo para a área a vários níveis. E não me enganei! 

 

Ao longo dos últimos meses, muito tem sido o esforço da Joana, ao qual tenho assistido, para tentar compreender alguns conceitos clínicos (o que para quem não é da área é muito difícil...) para os conseguir integrar na esfera da depressão pós-parto, e acima de tudo, no mundo das mulheres que por ela passam, na tentativa de o representar através do seus trabalhos de design de imagem e de vídeo. 

 

Os trabalhos que precisa de realizar ainda não estão todos terminados, mas já tenho tido a oportunidade de ver alguns, fruto da sua pesquisa e estudo sobre o tema, da leitura de alguns testemunhos que se encontram na rubrica Histórias que dão a cara por esta causa, de algum diálogo que vamos mantendo, e acima de tudo, da sua grande motivação e esforço para representar esta problemática da forma mais adequada e profissional possível. 

 

Um grande bem-haja à Joana! 

 

De seguida, mostro-vos um dos primeiros trabalhos de imagem que partilhou comigo, onde representou algumas das manifestações da depressão pós-parto, baseado na leitura de alguns testemunhos de mulheres que partilham pedaços das suas vivências neste período, na rubrica Histórias que dão a cara por esta causa:

 

 

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Atualmente, a Joana precisa da colaboração de uma senhora, preferencialmente da região do Porto, que já tenha passado por esta experiência e que queira contribuir também com a sua história para o desenvolvimento do seu trabalho de investigação. O seu anonimato será totalmente preservado, se assim pretender. 

 

Alguém está interessada? 

 

blog@mulherfilhamae.pt 

Seg | 17.07.17

Desenvolvimento Sensorial do bebé - 1ª Conferência Academia ForBabies by Mustela

Ana Vale

Há algumas semanas estive presente na 1ª Conferência da Academia ForBabies by Mustela, a ouvir a Dra. Clementina Almeida sobre o desenvolvimento sensorial do bebé. 

 

Já há algum tempo que conhecia o seu trabalho, e quando a Mustela me convidou, achei que poderia ser uma boa oportunidade de aprender mais sobre o tema, assim como, conversar um pouco com a Dra. Clementina sobre a sua visão/investigação no âmbito da importância da relação mãe-bebé e da sua relação com o desenvolvimento sensorial do bebé. E assim foi. 

 

O tempo voou, eu nem me apercebi, e o mais interessante é que de uma forma simples foi capaz de transmitir muito em tão pouco tempo. 

 

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Várias foram as questões que abordou, mas considerando a minha área de interesse pessoal e profissional as que registei, e que considero muito interessantes a passar-vos também, foram as seguintes: 

 

  • A qualidade de interação que um bebé tem com quem o rodeia, mas especialmente, com quem o cuida, influencia um vastíssimo número de aspetos a nível comportamental, cognitivo, emocional e biológico, como já é sabido há muito. No entanto, a Dra. Clementina foi mais específica e falou sobre alguns estudos a que teve acesso e onde já foi possível estimar a influência da qualidade da interação de um bebé com quem o cuida, na probabilidade de aparecimento de doenças orgânicas no futuro (e quando falamos em futuro, de acordo com a Dra. Clementina, podemos pensar num futuro correspondente aos próximos 20 anos de vida...), tais como o Enfarte Agudo do Miocárdio, Acidentes Vasculares Cerebrais, etc.;

 

  • Outro aspeto que abordou prendeu-se com o facto de que quanto maior for a estimulação sensorial a que um bebé tiver acesso, mais fortes se tornarão as suas ligações sinápticas. A estimulação sensorial reporta à estimulação que é realizada através da exploração dos sentidos mediante atividades próprias para cada idade. Os sentidos são os meios através dos quais os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos e as características do meio ambiente em que se encontram e os mais conhecidos são cinco: a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato. Contudo, existem outros sentidos que hoje em dia já sendo muito conhecidos por quem trabalha na área, ao serem estimulados, trazem maior segurança gravitacional e emocional, tónus muscular, movimento e equilíbrio, consciência do corpo, controlo motor, entre outros. A verdade é que, quanto maior for o acesso que o bebé tiver a este tipo de estimulação, mais fortes ficam as suas ligações cerebrais, e mais seguro se sentirá nas várias etapas do seu desenvolvimento, o que se refletirá a vários níveis (biológico, psicológico e social). No entanto, e como tudo na vida, estimulação sensorial, sim! Mas com conta, peso e medida, atendendo a cada bebé, e ao seu nível de desenvolvimento. 

 

  • Algo que também contribui para fortalecer as ligações cerebrais de um bebé, e sobre o qual cada vez mais é sabido que o melhor é dar o máximo possível, está relacionado com o afeto, o mimo e o colo que são absolutamente fundamentais para moldar o cérebro de um bebé. Aqui, a conta é sempre a aumentar, o peso é até rebentar a balança e a medida é aquela que nem a fita métrica tem capacidade para medir. É dar muito, bastante, e ponto final. Mimo a mais e educação a menos não são sinónimos, nem têm de estar articulados numa mesma frase em perfeita sintonia. Afeto, mimo e colo também são amor. E amor, é para dar a transbordar. Aqui, não restam dúvidas. 

 

 

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Para além da conferência, também fiquei a saber que a Dra. Clementina, para além do trabalho de investigação que tem feito neste âmbito, aplica muitos destes conceitos num SPA para bebés no Porto e que escreveu um livro sobre o sono dos bebés, ao qual terei acesso brevemente.

 

No final da Conferência foi muito difícil conversar com a Dra. Clementina, uma vez que, as solicitações foram muitas. Contudo, ficou o contacto para podermos debater mais pormenorizadamente algumas questões relativas às mães dos bebés e às respetivas alterações emocionais neste período.

Para além disso a equipa da Mustela que estava presente - Cristina Simões e Maria Mello - prometeu promover mais momentos deste género, o que se poderá constituir muito útil em termos de aprendizagem e esclarecimento de dúvidas sobre este tipo de temáticas, tal como foi este encontro. 

 

Grata pelo convite!

 

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Sex | 14.07.17

Á conversa com a Ana #8 - "A depressão pós-parto mostrou-me um novo caminho"

Ana Vale

Porquê uma Depressão? Porquê um início de viagem na maternidade assim? Porquê é que não senti felicidade, amor e alegria pela chegada de uma filha desejada? O que isto dizia de mim? Estas questões andaram dentro de mim, à espera de respostas que pudessem acalmar a minha mente e o meu coração.

 

Quando grávida li sobre a ocorrência do Baby Blues e da DPP e achei que a depressão seria algo que não me aconteceria e o baby blues, é descrito como algo tão comum e passageiro, que a minha mente não se preocupou. Se acontecesse, passaria. Pensava mais no parto. Assustava-me, creio que dentro do normal, com as dores. Preparei-me para elas (dentro do que seria possível). Fiz o curso de preparação. Treinei as técnicas de respiração. Recebi shiatsu durante toda a gravidez para aliviar os incómodos físicos e sossegar os receios.

 

Chegou o dia do parto. Tive uma receção no hospital S.Francisco Xavier que eu chamaria de pouco sensível/humana. Houve um primeiro choque. Estava com contrações de 5 em 5 minutos, já muito dolorosas e, em vez de receber orientação, mandaram-me para casa, para “voltar daqui a uma semana”. Uma falha de comunicação gigantesca! E acredito que um dos fatores que contribuíram para o pós-parto que experienciei.

 

Voltamos para casa, eu cheia de dores, os dois sem saber o que fazer. Se os médicos dizem que ainda não é tempo, o que fazer?! Mas as dores eram cada vez maiores. Acabamos por ir parar ao Hospital de Cascais e a C. nasceu. Lembro-me que não fui inundada por emoções de felicidade e amor. Estava exausta. Foram muitas horas de dor e sensação de estarmos perdidos, sem saber o que fazer, mais a experiência do processo lento da dilatação e da expulsão…lembro-me que a C. nasceu, as enfermeiras tratavam dela e eu andava ali a flutuar, entre o rescaldo daquela experiência de dor sobre-humana e o fato dela estar ali, fora de mim.

 

Os dias que estivemos no hospital cuidei dela. Não sentia receio de ir para casa. Pelo contrário, queria ir. Fiz um edema muito grande e estava cheia de dores. Não tinha posição para nada. Esperei que me medicassem. Esperei horas. E quando a médica foi finalmente ao quarto, pedi para que não tocasse porque doía-me imenso. E ela mexeu. Gritei que nem um animal ferido. Gritei para que não me tocasse. Ela pensava que eu já estava medicada. Chamou o meu marido para me acalmar. Eu chorava, tremia e assim fiquei durante uma hora. A partir daí não deixei que ninguém me tocasse.

 

Fomos para casa. Estava muito dorida, não conseguia sentar-me, deitar-me só em determinadas posições. Mas estava medicada e pensei que tudo passaria. Não sei como as coisas foram sucedendo, mas lembro-me do meu primeiro sonho, creio que passadas poucas semanas. Ia no carro com a C. e despistei-me intencionalmente…

No fundo, a minha cabeça já dava sinais de que algo não estava bem. As semanas foram decorrendo, eu a sentir-me cada vez mais ansiosa, exausta e desesperada.

 

Se pegar naquelas listas que abundam na internet, com dicas para escapar a uma depressão, eu consigo dizer que reuni tudo:

  • Foi uma bebé desejada, não tive problemas em engravidar e a gravidez foi tranquila
  • Não existe historial de doenças mentais na família
  • A C. nasceu saudável, não tive problemas com o processo de amamentação e ela dormia períodos de tempo longos, para uma bebé recém-nascida
  • Tenho um companheiro fantástico, com quem partilho todas as tarefas da casa e do cuidar da C. (e tivemos a ajuda de uma pessoa que limpava a casa 2x por mês)
  • Conversava com ele, com a médica de família, com amigas
  • Saía de casa, sozinha, com ele, com amigas
  • Contava com uma rede de apoio sólida (avós que ficavam com a C. para sairmos, que nos preparavam refeições, etc.)

 

Mas ela aconteceu ainda assim. Percebi que esta experiência, como em tudo na nossa vida, acontece por uma série de fatores. Compreendê-la significa olhar para vários ângulos e perspetivas.

 

Existe a causa fisiológica. As hormonas andam num rebuliço enorme durante a gravidez e caiem abruptamente após o parto. O corpo pode precisar de uma ajuda (química) para voltar ao seu equilíbrio.

Existem as causas circunstanciais, relacionadas com as condições em que o casal vive (as tais ajudas da família, o apoio do companheiro, etc.).

E existe a nossa mochila, que trazemos connosco ao longo da vida e que vai guardando as nossas experiências, memórias e emoções. O nascimento da C. foi um acontecimento que pôs a descoberto tudo isto. Pôs a nu as minhas fragilidades e os meus medos. Mostrou aquilo que eu já conhecia de mim e muito do que eu não conhecia inteiramente. Foi buscar o meu passado, o período conturbado do fim da minha infância, da adolescência e o início na vida adulta. Evidenciou a falta de amor (digo amor incondicional) suporte e segurança com que cresci.

 

 

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Ao longo da minha vida já passei por algumas daquelas experiências, extremamente dolorosas, que abanam todo o nosso centro. Que nos mandam à grande para o chão. Eu diria que existiram 3 momentos deste tipo. Cada um deles abanou todo o meu mundo, mudou tudo na minha vida. Mas também me mostraram um novo caminho. Foram lições de crescimento. A depressão trouxe-me muito. Trouxe mais resiliência e capacidade de relativizar. Trouxe-me mais calma e tolerância. Trouxe-me mais compreensão e consciência. Trouxe-me mais amor por mim e por aqueles que me rodeiam.

Ter | 11.07.17

Histórias que dão a cara por esta causa #26 "Desliguei de mim e odiei cada momento na maternidade após o parto"

Ana Vale

A Laura, uma mulher com grande força interior e coragem, decidiu partilhar connosco a sua história e revelar alguns dos detalhes mais sombrios do inicio do seu pós-parto. Algo que não se orgulha, mas que conscientemente sabe que fizeram parte de um momento da sua vida em que, tal como refere, "desligou dela própria".

Passa-nos várias mensagens absolutamente necessárias de considerar aquando da passagem por um momento semelhante, das quais evidencio o facto de, ser impreterível pedir ajuda o quanto antes.

 

Tal como a Laura, existem muitas outras mulheres que passam por situações semelhantes. Não hesitem e enviem-nos a vossa história! Temos de falar sobre este assunto. Histórias como estas são cada vez mais comuns e o movimento tem de ser, com cada vez maior frequência, no sentido da partilha e da sensibilização. 

 

centro@mulherfilhaemae.pt

 

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Olá Ana,

 
Sou a Laura e tenho uma história de maternidade para contar e sei que mais histórias terei, pois sei conscientemente e aceito que a minha e a nossa viagem é longa, aventurosa, complexa e maravilhosa, que uns dias serão de tempestade e muita chuva e outros de muito sol e amena brisa.
Primeiro que tudo, quero agradecer ao nosso parto por ter corrido tudo ao contrário do que eu queria para nós os três: eu, a minha amada filha e o meu amado marido. Por causa deste parto, que eu queria natural, tranquilo, acompanhada e sem qualquer intervenção, mas que acabou numa cesariana sem o meu marido presente por proibição do hospital, eu hoje sou uma mulher e mãe caminhante mais consciente e forte na minha longa viagem pessoal.
Após o nosso parto não ter corrido como eu queria e tinha idealizado e eu ter deixado de ter controlo e de ser atriz do mesmo, eu desliguei. Eu desliguei de mim, da minha desejada e recém nascida filha e do meu amado marido e recém pai. Odiei cada momento na maternidade após o nosso parto. Eu só sentia solidão, medo, angústia, dor física e psicológica e muito, muito desespero e quando a minha filha chorava eu só pensava em fugir, em começar uma nova vida sem ela nem o meu marido lá muito longe onde ninguém soubesse quem eu era nem de onde vinha. Ainda na maternidade, no dia seguinte ao nascimento da minha bebé, fiquei inválida fisicamente e descobriu-se que a aplicação da epidural, que eu não queria mas que foi a minha salvação às tremendas dores de um parto induzido, tinha me feito uma fissura numa membrana, o que fez com o que o meu marido ficasse a cuidar da nossa bebé sozinho em casa durante 24h e a sustentá-la a leite artificial em biberão, mais uma vez conforme tudo o que nós não queríamos, enquanto eu era submetida a mais intervenções clínicas e picadas nas minhas veias já ressequidas de dor e tristeza.
O meu regresso a casa e também o primeiro momento desta nova família na nossa casa foi horrível. Eu e o meu marido discutimos imenso devido a tanto stresse acumulado, tanto medo e ansiedade mal geridos e a nossa filha chorou imenso. Tudo o que me recordo desses primeiros dias e semanas com ela em casa, dos nossos primeiros dias como família, é de uma névoa cinzenta, pesada e sufocante onde reinavam em mim o pânico, o medo, a culpa, a ansiedade, a tristeza, o arrependimento, a raiva, a revolta e o total descontrolo emocional, psicológico e mental. Chamava-me a mim mesma de gorda e de deformada e gritava vezes sem conta a chorar que eu não era mulher, não era mãe, eu não era nada. Não tínhamos qualquer apoio familiar ou de amigos íntimos, fosse com um par de braços extra ou uma sugestão criativa e empoderadora, uma panela de sopa, comida pronta ou roupa lavada. Lembro-me de não tomarmos banho durante mais de uma semana, de fazermos turnos a cuidar da nossa pequena bebé para dormirmos o suficiente para não enlouquecermos os dois, de termos de ir à pressa ao café mais perto de casa buscar uma porcaria qualquer para o nosso corpo sobreviver, da amamentação ser extremamente dolorosa e lembro-me de chorar muito, gritar muito, de me doer tudo muito e de odiar tudo muito. Principalmente de me odiar a mim própria. Muito.
Foi quando o meu amado marido e pai da nossa amada bebé me disse que eu precisava de ajuda médica, tendo começado medicação adaptada à amamentação e continuado psicoterapia, que eu já fazia antes por ser a fiel portadora de um transtorno bipolar e de uma história de vida muito turbulenta e conturbada, que eu pensava bem controlados - oh ingenuidade!
Ficou tudo melhor? Não. Quis fugir novamente, insisti várias vezes com o meu marido que a nossa melhor hipótese de sobrevivência e o melhor para a nossa bebé era a deixarmos numa instituição de acolhimento - ainda hoje passados quase três meses, revolvem-se-me as entranhas ao escrever esta realidade - ou eu ir embora e cheguei mesmo a fugir de casa. Voltei passadas horas de tormento para o meu marido e a nossa filha e o da minha constatação verídica: se eu não pedir ajuda, eu suicido-me, porque eu descobri nessas horas de ausência, que o que eu mais queria era morrer, já que não conseguia ser mãe e esposa mas também era insuportável estar longe. E novamente fomos em busca de ajuda médica, foi ajustada a medicação e isso levou-me a abrandar a velocidade frenética de corrida numa espiral negativa que me ia levar ao suicídio, para começar a conseguir pensar com mais clareza, consistência e consciência e eu corajosamente criar, construir e firmar uma rede de apoio através de entidades e profissionais especializados em apoiar mães, pais e bebés, que estão a substituir a família e amigos íntimos que nós não temos e que não valem a pena chorar por isso e que me está a colocar num enorme e bem recebido caminho de auto conhecimento consciente e desenvolvimento pessoal, onde já encontrei e estou com pessoas fantásticas e isto tudo fez trazer novamente ao topo a minha essência, o amor pelo meu marido e o amor pela minha amada filha bebé, enquanto desfruto do prazer de amar a família que criámos, conectar-me com a minha bebé e amamentá-la sem dores nem dificuldades, apaixonar-me novamente pelo meu marido e amar-me a mim mesma, meditar, aprender, crescer, acalmar e evoluir.
Felizes para sempre? Claro que não!! Há dias horríveis e outros maravilhosos, uns que se passam apenas e outros bons e este é o verdadeiro desafio da maternidade: equilibrar este nosso jogo de luz e sombra interno de forma consciente, sintonizada e sentida.
Hoje sei que o meu futuro é paz, carinho e amor e que daqui a pouco serei uma Mãe que ama incondicionalmente.
 
 
Um grande beijinho com um terno abraço!