A maternidade e o maravilhoso mundo da autoestima!
Transitar para a maternidade implica necessariamente, mergulhar no maravilhoso mundo da autoestima.
Não é por acaso que questões como esta, "Serei boa mãe o suficiente?", ou esta, "Serei capaz de cuidar deste filho?", ou esta, "Possivelmente o meu leite não é suficiente para o alimentar...", etc., surgem com frequência, e naturalmente, durante a gravidez e o pós-parto. A resposta que damos a estas questões, e aquilo em que nos baseamos para responder, internamente, é que é importante considerar para estarmos mais conscientes do estado da nossa autoestima.
Carl Rogers (1961/1980) na sua teoria de desenvolvimento da personalidade e tomando por base o seu método da terapia centrada no cliente - aquela em que também se baseiam as minhas sessões de acompanhamento emocional na gravidez e pós-parto - postula que é necessário ajudar as pessoas a tornarem-se mais conscientes e a aceitarem as suas próprias características, a serem mais capazes de elaborar as angústias e a ultrapassarem o sofrimento. Desta forma, a ênfase é posta no modo como cada indivíduo vive e interpreta a sua própria realidade e as capacidades e responsabilidades de cada pessoa para responder às situações e guiar a sua própria vida. Acrescenta ainda que a necessidade de cada indivíduo manter, realizar e desenvolver as suas características e potencialidades está relacionada com a necessidade de realização de cada individuo, tendo componentes de crescimento fisiológicas e psicológicas; as primeiras têm maior importância nos períodos iniciais da vida, as segundas desempenham um papel determinante na idade adulta e na velhice. Assim sendo, é notória a importância da necessidade psicológica de autoestima e autocrítica, num sentido adaptativo, aquando da regulação das necessidades psicológicas das pessoas.
Desta forma, a autoestima e a autocrítica surgem como duas necessidades com uma forte importância na vida das pessoas, na medida em que a regulação de ambas contribui eficazmente para o equilíbrio do organismo humano. A necessidade de sentir-se apreço por si mesmo, apenas é verdadeiramente alcançada quando se torna possível tomar em consideração as autocríticas (críticas que fazemos a nós próprios) e as heterocríticas (críticas que os outros nos fazem).
Podemos assim concluir que cada um de nós, para ter um desenvolvimento coerente e saudável ao longo da sua vida, necessita de balancear constantemente a necessidade psicológica de autoestima e de autocrítica, uma vez que, apenas detendo uma poderá alcançar a outra, isto é, ao possuir auto-estima torna-se mais capaz de tolerar as criticas e aprender com elas nos diferentes momentos da sua vida, e vice-versa.
Há muitos autores que têm estudado este conceito, e há quem diga que a autoestima é algo que se desenvolve ao longo da vida, e por outro lado, há quem diga que é um conceito dinâmico e que depende do comportamento humano em diferentes áreas da vida de cada um.
Algo que se sabe com forte evidência, é que pessoas com abundância de aprovação e carinho no seu ambiente social, particularmente de pessoas que lhes são significativas, são mais propensas a desenvolver elevados níveis de autoestima. Não é por acaso que hoje em dia a necessidade de colo, proximidade, compreensão e a criação de espaço para a expressão, ganham cada vez maior destaque no que toca à promoção de uma infância saudável, no geral.
Quando falamos em autoestima, podemos dividi-la em duas áreas: autoestima global, que se refere à forma como a pessoa se sente em geral consigo própria, e em autoestima específica, que se refere à forma como as pessoas avaliam os seus atributos específicos e habilidades, isto é, se uma pessoa se vê como capaz em determinada área, os demais irão considerar que a pessoa tem uma grande autoestima nessa mesma área, por exemplo.
Por outro lado, quando identificamos determinadas vulnerabilidades na autoestima das pessoas, podemos estar perante um espaço propicio ao desenvolvimento de determinadas patologias, como alterações do humor, ansiedade e personalidade, por exemplo.
No que concerne, especificamente, à gravidez e ao pós-parto, muitas são as dúvidas e questões que surgem nesta fase, assim como, novos desafios! Portanto, é natural que a autoestima e autocrítica de cada mulher seja colocada em evidência/causa nesta fase do ciclo de vida, e que vários sejam os momentos do seu dia-a-dia que a façam duvidar da sua capacidade para ser, fazer, construir, desenvolver... No entanto, também é importante salientar que há como vivenciar este momento da forma mais equilibrada possível, e que da mesma forma que há atenção para o bebé, também tem de haver para a mulher que o cuida. Portanto, como achas que está a tua autoestima hoje?
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consulta de acompanhamento emocional na gravidez e pós-parto.