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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Sex | 02.11.18

Os pais estão cada vez mais envolvidos nos cuidados aos seus bebés!

Ana Vale

Os pais estão cada vez mais envolvidos nos cuidados aos seus bebés! 

Assim o assevera a Prof.ª Dra. Bárbara Figueiredo, neste artigo, que fala sobre o papel do pai nos tempos que correm. 

 

"O aumento do envolvimento do pai nos cuidados prestados aos filhos foi uma das maiores mudanças nas famílias das sociedades ocidentais.  


Esta tendência que emergiu no século XX, particularmente no que se refere ao maior envolvimento e instrumental do pai, bem como ao estabelecimento de relações de maior proximidade entre pais e filhos, tem continuado no século XXI. Fez com nos dias de hoje a ciência e a sociedade em geral alargassem aos pais diferenças e características anteriormente reportadas às mães (vide a noção de amor materno, privação materna ou sensibilidade materna), muitas vezes em contraposição aos pais.
 
A investigação desenvolvida em diversos países, nomeadamente em Portugal, no Centro de Investigação em Psicologia da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, mostra que atributos e designações, que foram durante séculos considerados pertença das mães, são hoje encontrados também nos pais. No que se refere ao comportamento para com o bebé, por exemplo, mães e pais mostram-se igualmente competentes na sensibilidade aos sinais e na resposta adequada às necessidades do bebé. Para além de se observar um comportamento semelhante entre mães e pais no sentido de responder adequadamente às necessidades do bebé, a adequação deste comportamento associa-se, na generalidade, às mesmas mudanças hormonais e à ativação das mesmas áreas cerebrais, em mães e pais.
 
Mais semelhanças do que diferenças entre as mães e os pais nos cuidados prestados à criança poderão decorrer no sentido de assegurar cuidados mais adequados às necessidades da criança neste mundo em mudança. São, sem dúvida, uma boa forma de nos adaptarmos, em favor de assegurar o bem-estar das nossas crianças, quando um número cada vez maior de mães e pais trabalham em igualdade de circunstâncias e cerca de metade das nossas crianças é cuidada em igualdade de circunstâncias por mães e pais que não vivem necessariamente juntos.
 
Conclusões definitivas acerca dos mecanismos evolutivos associados ao maior investimento paterno humano nos cuidados aos filhos não são de momento passiveis de ser estabelecidas. No entanto, esta é uma das diferenças da espécie humana em relação a muitas das restantes espécies de mamíferos, a qual parece estar associada à evolução de espécies de inteligência superior. Por outro lado, a maior participação do pai nos cuidados à criança tem sido associada a trajetórias de desenvolvimento mais adaptadas e a um melhor desempenho comportamental na idade adulta dos filhos, nomeadamente nos cuidados prestados aos seus próprios filhos."

 

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Considerando o anterior artigo publicado nesta plataforma, acabei por fazer uma sondagem no facebook do blogue para saber se, no geral, as mulheres que o vão seguindo também sentiam que o pai do(s) seu(s) bebé(s) estava envolvido na prestação de cuidados ao mesmo, e assim foi. Responderam 37 pessoas à sondagem e cerca de 81% das mulheres considera que está, e cerca de 19% das mulheres, considera que não está. O que acabou por ir ao encontro do que o artigo abordava. 

 

Sem dúvida alguma que o apoio do companheiro na gravidez e no pós-parto é fundamental para a mulher, a vários níveis. É sabido que a perceção de apoio por parte da mulher é um elo absolutamente fundamental para prevenir o desenvolvimento de depressão e ansiedade na gravidez e pós-parto, assim como, para prevenir o desenvolvimento de manifestações psicopatológicas mais graves, quando os problemas de instalam. 

 

Mas no que consiste este apoio? - poderão estar a questionar-se, tal como já me questionaram a mim sobre este facto. 

 

Bom, a perceção de apoio, é algo muito subjetivo! 

A verdadeira questão que se coloca neste âmbito, é a seguinte: De que tipo de apoio a mulher sente que necessita durante a gravidez e no pós-parto? 

 

Acredito que muitas serão as respostas dadas a esta questão! E é nesta resposta que está a chave para direcionarem o suporte às mulheres nesta fase do ciclo de vida. 

Claro que, de uma forma geral, já se identificaram alguns aspetos que contribuem para que as mulheres se possam sentir mais apoiadas nesta fase de vida, tais como: 

- Partilha de tarefas domésticas; 

- Partilha de tarefas no cuidado do bebé; 

- Criação de espaços para a expressão e compreensão mútua; 

- Prática de escuta ativa, observação consciente, etc. 

 

No entanto, cada mulher/casal, dentro do seu próprio mundo e contexto, tem as suas próprias necessidades. E daí que seja fundamental identificá-las, em primeiro lugar. E só o facto de as valorizarem, já é meio caminho andado para a prática do tal apoio inicialmente identificado. 

 

Está claro que não estamos perante uma equação lógica, onde não há margem para desvios! Muito pelo contrário... 

Esta fase do ciclo de vida da mulher, do homem, do casal, por muito esperada (ou não), por muito planeada (ou não), é quase sempre um mistério que se vai desvendando, dia após dia. É daqui que surgem os desafios para os pais e para as mães, e é também daqui que surge o envolvimento, o cuidado, a necessidade e o desenvolvimento interior de cada um, ao longo deste percurso. 

 

 

 

Não hesitem em contactar-me, caso fiquem com alguma questão!

centro@mulherfilhaemae.pt

(+351) 936 180 928