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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Ter | 22.10.19

Blogue Mulher, Filha e Mãe: o que podes encontrar e como fazê-lo!

Ana Vale

O blogue Mulher, Filha e Mãe foi fundado em 2015, e desde então, vários artigos foram escritos, analisados, refletidos e partilhados. 

 

Aqui podem encontrar artigos de reflexão, experiências vividas e conhecidas, artigos científicos, testemunhos, reflexões, análises e aprendizagens, livros, práticas, etc. Muito do que poderá estar relacionado com a área da saúde mental perinatal, também passa por aqui!

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Uma vez que os anos de partilhas se vão acumulando por aqui, faz-me todo o sentido fazer uma breve apresentação do blogue e de como podes encontrar os diversos artigos que aqui se apresentam desde 2015, até à atualidade. 

 

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Assim que entras na homepage aparecem os seguintes menus: 

 

1º - Autora do Projeto

Aqui podes ler um pouco mais sobre mim, e sobre o meu percurso profissional. 

 

2º - Projeto Mulher, Filha e Mãe

Aqui podes perceber melhor no que consiste o projeto, quais as áreas e os serviços que integra. Falo mais especificamente sobre o blogue, sobre a consulta de saúde mental perinatal, sobre as sessões de meditação e relaxamento e sobre a formação.  

 

3º - Saúde Mental Perinatal

Ao explorares esta área vais encontrar publicações minhas sobre o tema, artigos científicos que analisei e partilhei numa linguagem mais simples, livros que já li e que estão relacionados com a saúde mental perinatal e documentários que já vi e recomendo.

 

4º - Testemunhos

Neste menu vais encontrar testemunhos de mulheres/famílias que passaram por alterações emocionais e psicopatológicas na gravidez e no pós-parto e que decidiram partilhar connosco, autorizando-me a partilhar no blogue, na rubrica Histórias que dão a cara por esta causa. Vais encontrar também testemunhos de várias pessoas sobre os desafios que viveram/têm vivido durante a sua transição para a maternidade/paternidade, a rubrica "À conversa com...", onde algumas mulheres demonstram vontade de partilhar de forma continuada e mais aprofundada a sua convivência com alterações psicopatologicas no pós-parto e entrevistas realizadas por mim a algumas pessoas ligadas à área da saúde mental perinatal. 

 

5º - Eventos/imprensa

Aqui poderás encontrar identificados, eventos relacionados com a área da saúde mental perinatal,  e entrevistas, artigos de imprensa e programas onde participei.

 

Na barra lateral (lado direito), poderás encontrar mais informação sobre mim, link para o facebook e instagram do blogue Mulher Filha e Mãe e para o email direto de contacto comigo (mulherfilhamae@gmail.com). Podes também encontrar espaço para subscreveres o blog por email, e assim, sempre que for partilhado algo no blogue receberás um aviso imediato sobre o artigo no teu email. 

 

Podes ainda aceder (na barra lateral): 

1º - Arquivo

Onde podes consultar todos os artigos partilhados no blog desde 2015 à atualidade. As letras que estão à frente de cada ano representam a primeira letra de cada mês. 

2º - Mensagens

Nesta caixa podes enviar-me uma mensagem que irá diretamente para a minha página de administrador do blog. Atenção! Eu consigo consultar a mensagem, mas se não colocares o teu email de contacto, não consigo responder de volta

3º - Pesquisar

Podes aproveitar esta barra de pesquisa, para pesquisar artigos específicos sobre um determinado tema. 

 

No fim da página encontrarás os últimos artigos partilhados no blog, os mais comentados e os mais visitados. Ao clicares sobre cada um, poderás consultá-lo na íntegra. 

Qua | 09.10.19

O que é ser mãe?

Ana Vale

Eis uma questão complexa que me comecei a colocar há alguns anos atrás.

 

Na verdade, é uma questão que imagino que possa ter uma multiplicidade de respostas subjacentes. Tantas, quanto a quantidade de pessoas que se possam ter colocado a pensar neste assunto. Nem que seja só por alguns momentos. 

Podíamos começar pelo óbvio, que é, uma pessoa que tem, pelo menos, um filho? Alguém que teve um bebé? Alguém que vive a experiência da maternidade na primeira pessoa? Mas eu iria um pouco mais além. Até porque, sem dúvida de que, este tema assim o merece. 

Ao longo dos últimos anos, e com a experiência das sessões de acompanhamento emocional, esta questão tem ganho outros contornos, outro tipo de reflexões da minha parte, e tem-me levado a pesquisar mais sobre o tema. A transição para a maternidade, está claro que é um tema que me fascina, muito estudado sim, mas ao mesmo tempo, ainda com tanto por desvendar e partilhar. Passar claramente do papel para a prática, da investigação para as comunidades, de informação para sensibilização, é algo de que este tema carece, na minha opinião.

Tornar-se mãe, caracteriza-se por ser uma transição que envolve um conjunto de dimensões percecionadas, ou não, pela própria e que influenciam fortemente a mulher e o mundo que a rodeia. Algo que é asseverado por Mercer (2004), que nesta sequência, sugeriu o emergir do conceito “tornar-se mãe” que significa “a transformação e o crescimento da identidade materna”. Este conceito implica muito mais do que o cumprir de um papel. Integra de igual forma a aprendizagem de novas competências e a ampliação de confiança em si própria à medida que enfrenta novos desafios nos cuidados com o respetivo filho.

 

Mas apesar de elucidativa e fundamental enquanto base teórica que sustenta a prática/aprendizagem/reflexão de tantos profissionais nesta área, não será esta mesma conceção, e tantas outras semelhantes relacionadas, um pouco limitativas também? 

Quantas são as mulheres que iniciam o seu processo de transição para a maternidade quando refletem sobre essa mesma transição, quando começam a desejar passar por esse processo, quando discutem em casal que chegou a hora/o momento de dar este passo, quando tentam engravidar, e nem sempre conseguem quando/como esperado, ou mesmo, muito mais lá atrás, naquela altura da infância em que brincar aos pais e às mães tinha tanto de 'engraçado', como de fundamental para o desenvolvimento das bases da parentalidade, nomeadamente, do "tornar-se mãe". Tudo isto produz influência neste processo, todos estes momentos contam. E assim, "tornar-se mãe" poderá ter muito mais da história individual de cada mulher e de uma lógica de desejo, do que de um modelo de família nuclear tradicional, como no passado, ou mesmo, do simples ato/representação de ter um filho nos braços. 

Quando é que uma mulher se sente mãe? E quando é que se torna mãe? Será a mesma coisa?

Quando é que te sentiste mãe? 

É interessante ouvir a pluralidade de respostas a esta última questão. Até porque na sua génese, estão muitas das representações e vivências da mulher. Estão "escondidas" muitas das suas formas de ver o mundo, e de ver o mundo da maternidade num determinado momento. 

Será que olhar um bebé, ou antes disso, imaginá-lo, faz com que a mulher se sinta mãe? Será que é o tal amor incondicional, será que é o ato de cuidar, ou tudo junto e mais alguma coisa? 

Será que uma mulher se sente mãe porque se apaixonou à primeira vista pelo seu bebé? Porque cantou para o seu bebé enquanto permanecia no seu ventre? Porque o desejou desde muito cedo? Porque o deseja, e não tem? Será que se sente mãe, sem desejar e/ou sem estar apaixonada pelo seu bebé? Qui çá! 

É nas vivências únicas de cada mulher, que encontramos a resposta a estas questões, e para cada uma delas. 

Aproveitando esta reflexão que me apeteceu partilhar convosco, relembro um texto que partilhei há alguns anos de uma mulher que jamais esquecerei, sobre o que era, para si, ser mãe - Ser mãe

E na semana em que se comemora o dia mundial da saúde mental (10 de Outubro), faz-me sentido voltar a apelar a quem possa ter interesse em saber mais sobre tema que reflita sobre a importância de cuidarmos da nossa saúde mental perinatal partindo desta breve reflexão sobre o que é ser mãe? 

Passar pelo processo de construção da identidade materna, pode levar a mulher a experiênciar desequilíbrios emocionais na gravidez e/ou no pós-parto, podendo sentir, maior preocupação, ansiedade, irritabilidade, tristeza, insónia, falta/excesso de apetite, perda de energia física e emocional, perda de confiança e autoestima, diminuição da capacidade de concentração, vontade de se isolar, estar obsessivamente focada no bebé e na sua segurança e higiene (por exemplo), ou o oposto, sentir medo de estar sozinha com o bebé e/ou de cuidar dele, sentir culpa por considerar que não é boa mãe o suficiente, entre outros tantos...

 

Passar por todas as emoções acima identificadas poderá ser naturalmente decorrente do momento presente afeto à transição para a maternidade, contudo, quando se torna numa constante, dia após dia, e quando traz dor emocional associada, poderá ser difícil lidar com esta realidade, acentuando as dúvidas, medos e inseguranças subjacentes.

 

Se é assim que te sentes, não hesites em tirar alguns minutos do teu dia para refletir sobre esta questão e para pedir ajuda o mais rapidamente possível. 

Lembra-te que, certamente, não estás sozinha, e que a saúde mental na gravidez e no pós-parto, importa! 

 

Questões: centro@mulherfilhaemae.pt