Adoro jantares em casas de amigos! Mas..e com filhos?!
Quantas vezes já pensaram nesta questão?
Sempre adorei jantar com amigos. Juntar a malta, e lá vamos nós.
Uns levam as entradas, outros fazem o prato, outros a sobremesa, outros a salada e afins. Divide-se o trabalho e multiplica-se o convívio.
Dizem-se umas piadas ali, relembram-se velhos tempos acolá, abraçamos a boa disposição e soltamos várias gargalhadas em uníssono. Nem sempre temos esta oportunidade, mas quando há, limpa-nos a alma de qualquer vestígio menos positivo, e banhamo-nos de luz com as paletes de boa energia existente.
São momentos absolutamente fantásticos, que sempre disse, não trocar por nada na minha vida. Até que, até à bem pouco tempo comecei a fazer esta questão a mim mesma: Mas... e com filhos?! A Figura, será exatamente a mesma?!
Alguns de vocês poderão achar que estarei a perder um pouco da minha sanidade mental por fazer esta questão e outros até se poderão identificar, mas para mim é simples: Adoro ir com a minha filha, bem perto de mim, para qualquer e todo o sitio, mas, não posso negar que a imagem que inicialmente descrevi fica completamente distorcida, e que não. Os jantares, já não são iguais!
Digamos que.. se divide o trabalho, se subtrai o convívio e se multiplica o cuidado. E porquê? Simples! Uns querem pegar ali, outros querem agarrar acolá, outros querem ver e falar, outros querem brincar e andar à roda com a miúda e quando a bateria de amena disposição se esgota, e a carga começa a ser quase nula, lá vem a birrinha do cansaço, e não há nada melhor do que o colo da mãe ou do pai para descomprimir, descarregar toda a hiper-estimulação e...chorar até não poder mais. Ou então, não chorar, mas ficar irrequieta, até sentir o conforto ideal para descontrair.
O jantar fica no prato, ou só se come já frio, muitas vezes há pouco tempo para a sobremesa, e entradas, nem vê-las!
É verdade que faz parte! Sem dúvida! Tal como faz parte a nossa adaptação, como pais, a estes momentos. Mas sinceramente, também considero ser verdade que chegue a altura em que se coloque em questão: "Será que vale a pena ir? Estou tão cansada!" [Quando deveria ser o oposto, não? - "Claro que sim! Eu vou! Estou mesmo a precisar de descontrair..."]
Hoje compreendo quando outrora comentaram o mesmo comigo, sendo que na altura, de facto, não compreendi, como tinha achado que havia compreendido. Mas é assim aqui, tal como em tudo na vida: a parte empírica da coisa, traz-nos aquele tipo de sabedoria, que não se arranja em mais nenhum lado!
Agora, tanta coisa para chegar a esta singela conclusão: Eu não vou deixar de ir a jantares com amigos. Mas com filhos pequenos, o gozo dos mesmos, também não é igual! E a nossa disposição, presença e companhia, também não.
Compreendem, amigos?