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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

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Qua | 13.04.16

Birras... para que vos quero?

Ana Vale

No Sábado, eu e o meu marido fomos a um workshop intitulado por "Birras...para que vos quero?" promovido pela creche onde a Madalena está. Foi um Workshop dado pela Psicóloga Carolina Canto que também dá as aulas do Gymboree, na mesma creche. 

 

Estávamos um pouco expectantes, pois - tal como a maioria dos pais no mundo - andamos a passar por uma fase complicada com a Madalena no que toca à temática das Birras. Sempre percebemos a nossa filha como um bebé/criança bastante decidida - aquilo que ela quer, é aquilo que tem de ser -  e bastante comunicativa, mesmo que ainda não tão eficazmente por via verbal. Mas... ultimamente começou esta fase, em que pela conquista da sua autonomia, nos tenta desafiar a todo o custo chegando muitas destas situações a terminar em Birras bastante complicadas de gerir... 

 

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Também, tal como a maioria dos pais no mundo, chegamos a momentos em que não sabemos o que havemos de fazer e também já chegámos à brilhante conclusão de que não existe uma única solução. Não existe uma única, mas sim várias. Várias dependendo do momento e da birra (e provavelmente, dependendo de mais algumas coisas também...).

 

Assim sendo, lá fomos nós. Estava tudo preparado para nos receber - a nós e aos restantes 30 pais que se inscreveram - e cerca de 10 minutos depois lá começou o Workshop. 

Na teoria, a Carolina tentou mostrar-nos algumas correntes de pensamento sobre o que são as birras, para que servem, porque é que são tão necessárias e algumas dicas básicas para podermos lidar com elas. Na prática, foi ainda melhor. Tentou chegar a todas as nossas dúvidas e questões, abriu um grande espaço para colocarmos as nossas experiências, e como conhecia um pouco de todos os bebés e crianças que foram faladas (porque já lhes dá aulas no Gymboree), melhor ainda. 

 

Conclusões?

 

  • Não há uma forma padronizada de agir perante uma birra (mesmo que as birras sejam semelhantes...);
  • É importante valorizar as boas atitudes e comportamentos que os nossos filhos adotam perante determinada situação. Eles fazem birras, e no meio das birras têm atitudes e comportamentos que por vezes nos fazem sair do controlo. Contudo, é importante mostrar-mos aos nossos filhos que embora os seus comportamentos não estejam corretos, que os adoramos, valorizando (mesmo os pequenos) atos que são bem feitos pelos próprios.
  • As birras são necessárias e fazem parte do desenvolvimento da criança. Portanto... é complicado lidar com elas mas, é também necessário aprendermos a enfrentá-las, acolhe-las, e quem sabe até, antecipá-las, tendo em conta o quão bem conhecemos os nossos filhos. 
  • Devemos ter sempre presente que nem sempre são só os nossos filhos que fazem birras. Nós, Pais, também fazemos as nossas birras perante (e não só) as birras dos nossos filhos. Por isso, também é suposto que o nosso autoconhecimento se vá aprimorando ao longo desta árdua tarefa que é a educação, para que se torne num parceiro de grande fulgor nesta batalha.
  • Também na sequência do último ponto, devemos saber orientar os nossos filhos em busca de um comportamento mais adequado, mas também devemos saber pedir desculpa quando os chamamos à atenção e não tivemos o melhor comportamento/atitude nesse momento. Somos Falíveis, e como tal, também devemos dar o melhor exemplo neste sentido. 
  • Se as birras forem tão complicadas de gerir que a criança berra, bate e faz trinta por uma linha para o mundo que a rodeia se aperceber do quão irritada está... é melhor deixá-la deitar tudo cá para fora durante breves minutos e depois intervir.
  • As birras, na idade da madalena, ocorrem muitas vezes pelo facto das crianças nessa idade não saberem gerir as emoções, uma vez que, não só são imaturos emocionalmente, como também, ainda não se conseguem exprimir bem verbalmente. Assim, a forma que encontram para gerirem as emoções menos positivas que os consomem é deitando tudo cá para fora através (adivinhem lá!)... das birras. 
  • Como disse inicialmente, não há soluções mágicas para as birras dos nossos filhos e cada um é como cada qual. Existem algumas estratégias que podemos aplicar, mas sem grande expectativa de resultar. No entanto, é bom pararmos para refletir sobre o que suscitou esse momento, posteriormente. Partilhar este tipo de situações seja com quem for, especialmente se de alguma forma nos sentirmos "sem norte", poderá ser um bom ponto de partida para compreendermos melhor a situação e que aprendizagens tiramos da mesma. Neste sentido, o grupo de pais que se juntou no Sábado e todas as partilhas que realizámos foram catalisadoras de um bem-estar geral que se sentia na sala.
  • É verdade que nós, Pais, muitas vezes estamos sujeitos a um stress gigante simplesmente só por sermos Pais e estarmos no século XXI. Mas muitas vezes esse stress deriva muito de nós próprios, das nossas opções e da nossa forma de estar, ser, pensar e sentir. É importante compreendermos que somos Super-Pais, só, pura e simplesmente por querermos o melhor para os nossos filhos, refletirmos sobre a sua educação, e tentarmos ser melhores a cada dia que passa.

 

Este, foi sem dúvida alguma um excelente espaço que se abriu. Uma excelente oportunidade que foi proporcionada pela Creche e pela Carolina do Gymboree e um excelente momento que floresceu e nos deu a todos a oportunidade de nos expressarmos livremente, sem sentirmos que seríamos julgamos por agirmos de determinada forma ou vivermos determina birra juntamente com os nossos filhos. Foi um momento de partilha e reflexão. Ou pelo menos, foi assim que eu o senti. 

Espero que haja a possibilidade de serem dinamizados mais momentos assim porque tenho a certeza que de alguma forma, todos entrámos expectantes no workshop, e saímos do mesmo com uma sensação de maior leveza em relação a este assunto. 

 

Birras... eu não vos quero. Mas sei que estarão sempre presentes daqui em diante. Portanto... é sempre bom podermos falar sobre isto!

 

E vocês, o que têm a dizer sobre o assunto?

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