O dia de TODAS as mães.
Das que têm os filhos nos seus braços.
Das que já viram os seus filhos crescer e partir.
Das que adoravam sê-lo e até aqui não conseguiram.
Das que os sentiram nas suas barrigas e não os conheceram.
Das mães que os perderam.
Das grávidas que os sentem a crescer dentro de si.
Das que os acolheram depois de outras os parirem.
Das que ainda estão a tentar ser.
Das que aguardam.
Das que sofrem com os filhos nos seus braços.
Das que tudo sabem, e nada sabem.
Das que se superam, a cada dia.
Este, é o dia de TODAS as mães. Aquelas que Para Sempre, ficam.
Para Sempre
Poema de Carlos Drummond de Andrade , "Lição de Coisas: poesia". São Paulo: J. Olympio, 1965.
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.