O que Brazelton recomenda sobre o estabelecimento de limites nas famílias.
T. Berry Brazelton, é um pediatra norte-americano de renome que escreveu vários livros que já ajudaram vários pais a lidarem com vários tipos de comportamentos infantis.
Num dos seus livros que me encontro a ler - A criança e o seu mundo - dá algumas recomendações para o estabelecimento de limites nas famílias, que por ter considerado bastante interessantes, decidi partilhar convosco.
Dar mais e esperar mais. Isto é, conjugar os limites e as expectativas com o carinho e a atenção; lançamos desafios aos nossos filhos enquanto os acarinhamos. Esta combinação fundamental é a que melhor funciona com os membros mais produtivos da nossa sociedade. É quando perdemos este equilíbrio essencial, quando esperamos receber sem dar e damos sem esperar receber, que as crianças se tornam resistentes e revoltadas ou mimadas e passivas.
A disciplina como ensino. A Disciplina deveria ser verbal e incluir limites, solução de problemas, aprender a antecipar situações difíceis e aprender a lidar com a frustração, o sentimento de perda e a humilhação.
Castigos corporais. Já não são aceitáveis num mundo cada vez mais violento.
Nunca humilhar. A humilhação gera ressentimento, revolta e mais rebeldia do que a interiorização de valores objetivos importantes em termos sociais.
Incluir as expectativas na relação. As crianças devem poder ter um adulto que faça por elas o que esperamos que elas sejam capazes de, mais tarde, fazer por si e pelos outros. Para aprender, não basta apenas testemunhar ou observar, é preciso fazer parte de uma relação em que certas atitudes, valores, ideais e objetivos fazem parte de interações de apoio entre a criança e o adulto.
Adaptar as expectativas à idade da criança. Não podemos esperar que as crianças interiorizem os limites e gostem de aprender se não lhes dermos as ferramentas para conhecerem, compreenderem e dominarem o seu mundo. Isto implica reconhecer os estádios de desenvolvimento e usar abordagens educativas que se ajustem à criança.
Autodisciplina. O objetivo de os pais estabelecerem limites deveria ser passar gradualmente esta tarefa para a criança. Ajudá-la a escolher as sanções e procurar formas de lidar com sentimentos fortes encoraja-as a assumirem a responsabilidade.
A disciplina no final de um dia de trabalho. A primeira hora depois de os pais chegarem a casa deveria estar centrada nas necessidades da criança e na aproximação entre todos. Só assim os pais se sentirão habilitados a estabelecer os limites necessários.
Os pais como equipa. A disciplina funciona melhor se os pais tiverem tempo um para o outro e puderem estabelecer limites e manterem-nos como uma equipa. A modelação da autodisciplina feita pelos pais é uma forma eficaz de as crianças aprenderem a autodisciplinarem-se.
Faz-vos sentido?
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