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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Ter | 06.12.16

Partilha de vivências na gravidez e no pós-parto: A importância de contar a sua história.

Ana Vale

Ultimamente o tema "partilha de vivências no pós-parto" tem estado a ser muito debatido no meu dia-a-dia. 

Seja devido às partilhas que me têm enviado, ou por terceiros que as leem e comentam, ou por outros que têm conhecimento deste espaço no blogue - Histórias que dão a cara por esta causa - e acabam por partilhar também a sua opinião comigo, a verdade é que, muito tenho falado sobre o blogue e sobre este espaço em especial, nos últimos dias.

 

Na grande maioria das vezes, a surpresa e a satisfação estampada no rosto das pessoas quando têm conhecimento deste espaço, acaba por ser uma surpresa também para mim. Muitos acham extraordinário ter dado asas a um espaço assim. Incluo aqui, amigos, familiares, leitores e profissionais de saúde das mais diversas áreas que vou conhecendo.

 

É bom saber e sentir que há medida que o tempo passa, as pessoas vão dando cada vez mais importância a estes relatos aos quais podem ter acesso, aqui, no blogue.

 

É um privilégio poder ter a confiança destas mulheres, homens e respetivas famílias no que toca à partilha (num espaço público) de momentos tão delicados das suas vidas, como aqueles que são publicados na respetiva rubrica. E é com grande respeito e honra que os guardo em mim e os transformo em vigorosos pedaços de força para continuar a lutar pelo debate público e acesso sobre este tipo de temáticas. Para que cada vez mais pessoas possam ter acesso a informação real, fidedigna e transparente sobre um momento da parentalidade, que pode não ser tão positivo e feliz como muitas vezes se espera. E quando assim o é, há que ter em conta que ainda muito há para se aprender, dar, receber e fazer. 

 

Escrevo-vos hoje, não só para sublinhar a importância de escreverem as vossas histórias no pós-parto - sejam positivas ou menos positivas - como também para vos apelar ao seu envio das que são menos positivas e que acabam por desenvolver quadros de blues pós-parto, depressão perinatal, ansiedade e/ou psicose pós-parto, para serem publicadas na rubrica Histórias que dão a cara por esta causa. 

 

Através deste espaço, já milhares de mulheres, homens e respetivas famílias e amigos, puderam ter acesso a estas vivências, esclarecer dúvidas e refletir sobre o tema.

Várias foram as mulheres que se disseram sentir apoiadas e mais aliviadas por partilharem a sua experiência no blog com outras pessoas. 

Várias foram "as outras pessoas" que chegaram até nós através dessas mesmas vivências.

 

Sei que nem todas as pessoas se identificam com a escrita, mas escrever poderá ser terapêutico.

Nem sempre conseguimos verbalizar o que sentimos, e agarrando no silêncio ao qual nos resignamos - por vezes quando as coisas nem sempre correm como é esperado - misturado com todas as emoções que florescem e dançam em nós - mulheres - após o parto, temos a receita perfeita para desenvolver a necessidade de "deitar tudo cá para fora". Nem sempre o conseguimos fazer verbalmente, e outras vezes fazêmo-lo verbalmente mas nem sempre nos sentimos compreendidas. Outras vezes fazêmo-lo verbalmente, e por vezes somos compreendidas, mas mesmo assim, o vazio que se sente pouco se alivia. E em qualquer um dos casos, escrever, faz bem. 

Em qualquer um dos casos, escrever, obriga a refletir mais concretamente sobre o momento, e em passar para o papel, exatamente o que queremos dizer. 

Escrever, obriga-nos a concretizar. Concretizando, partilhamos através da escrita o que sentimos e que não conseguimos ver no imediato, resolvido. Também poderá não ficar resolvido assim, mas será certamente, promotor de um maior alivio, ficando registada uma vivência, que mais tarde, podemos (e devemos) passar a futuras mães/pais que conhecemos e a gerações futuras também! 

 

De todas as pessoas que me tocaram com a sua histórias guardo um grande carinho e respeito. E é em todas essas, e mesmo naquelas que não enviando, passam por situações semelhantes, que penso quando tenho dúvidas, certezas, dias menos bons, outros extraordinários, grandes e pequenas conquistas, enfim... é em todas elas que penso, enquanto caminho neste percurso.

 

 

 

Um grande bem-haja a todos vós e não se esqueçam... escrevam!

centro@mulherfilhaemae.pt

 

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