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Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Mulher, Filha e Mãe

Porque a saúde mental na gravidez e no pós-parto importa!

Ter | 02.06.15

Psicose Pós-Parto: Uma realidade distorcida e pouco conhecida.

Ana Vale

Apesar da gestação ser tipicamente considerada um período de bem-estar emocional e de se esperar que a chegada da maternidade seja um momento jubiloso na vida de uma mulher e respetiva família, o período peri e pós-natal pode não ser assim tão agradável como já temos vindo a falar, por exemplo, aqui, e aqui, e aqui, e aqui.

 

Tem-se dado importância crescente ao tema, e pesquisas recentes têm focado também o prejuízo que essas patologias podem provocar não só à saúde da mãe, mas também ao desenvolvimento do feto, ao trabalho de parto e à saúde do bebé. Múltiplos fatores de risco estão envolvidos, mas a etiologia exata ainda não foi estabelecida, sendo que, um dos únicos que se conhece é que estes transtornos costumam acometer puérperas que já tenham história de patologia psiquiátrica prévia.

 

 

De entre os vários transtornos psiquiátricos que ocorrem no pós-parto e que podem acometer uma puérpera, a psicose, mesmo sendo um quadro mais raro que poderá aparecer em 1 a 4 mulheres por cada 1000 nascimentos, é um deles. 

Mulheres portadoras de transtorno bipolar do humor, por exemplo, apresentam risco elevado de desenvolver uma psicose puerperal (havendo cerca de 260 casos por cada 1.000 puérperas) quando comparadas a mulheres saudáveis, que apresentam 1 a 2 casos por cada 1.000 puérperas.

Estudos constataram que o início é abrupto com 1/3 dos casos a ocorrer na primeira semana após o parto e 2/3 nas duas primeiras semanas após o parto.

 

A Sintomatologia que apresentam está relacionada com delírios, alucinações e presença de estado confusional que parece ser peculiar aos quadros de psicose puerperal. Podem haver sintomas depressivos, maníacos ou mistos associados. A principal temática dos delírios da psicose puerperal está ligado ao bebé, sendo que, os temas mais comuns dos delírios são achar que o bebé não nasceu, foi trocado, está morto ou defeituoso, por exemplo.

Contudo, sem nenhuma história prévia de transtornos psiquiátricos o mais provável é que a utente se recupere completamente.

 

Se consideram que se encaixam nesta sintomatologia, ou conhecem alguém que poderá estar a passar por algo semelhante, não hesitem em contactar algum especialista na área (Psiquiatra ou Médico de Família), o mais rapidamente possível. Esta Patologia tem um inicio súbito, um desenvolvimento rápido e necessita de um olhar clínico o mais precocemente possível para iniciar tratamento, que é fundamental para gerir as manifestações desta doença.

 

Falar sobre este tema pode sempre suscitar algum medo nas mulheres e famílias que pensam em vivênciar o período da maternidade brevemente, ou às grávidas e respetivas famílias que o irão viver dentro de pouco tempo, contudo, estarem informados sobre este tipo de temáticas também é importante, pois caso surjam, é importante saberem como identificarem estes problemas, e onde recorrerem para procurar apoio. 

 

Dúvidas ou questões? 

blog@mulherfilhamae.pt