Uma miúda, que se tornou uma grande tia e que sempre foi a melhor irmã!
Começou por ser uma grande vontade, que logo se tornou numa ideia e que rapidamente se tornou numa realidade: aquela em que o meu pedido por uma irmã estava próximo de ser concedido.
Tinha pouco menos de 5 anos quando no dia 24 de Agosto, de mão dada com a minha mãe e a descer a rua para chegar até casa, ela me dizia: A mana está quase a chegar!
Aqui, a mana estava quase a chegar, mas era a outra paragem.
Não me perguntem como, mas lembro-me tão, TÃO bem daquele nervoso miudinho bem traduzido pela nossa barriga, daquele momento. Não sabia o que fazer, para onde me virar, mas sabia que brevemente teria a minha grande companheira de brincadeiras perto de mim!
Naquela altura só pensava que os legos, as barbeies, as histórias, os faz de conta, os jogos, os passeios, no fundo, todas as brincadeiras, já não o seriam na íntegra repletos só de mim mesma e da minha criatividade tipicamente infantil, mas sim, acompanhados por alguém que já tanto me dizia, e ainda nem ao mundo tinha chegado: pela minha irmã!
Quando a vi pela primeira vez ela sorriu para mim (e isto está filmado!) e manteve-se assim bem quietinha no meu colo com os seus cabelos pretos e já tão grandes para uma bebé tão pequenina...
Confesso que, do que me lembro e do que me contam, quando me apercebi que aquela companheira que tanto desejava ainda ia demorar algum tempo para andar, falar, compreender o mundo que a rodeia, e acima de tudo, para partilhar das mesmas (ou quase) brincadeiras do que eu, fiquei um pouco triste, mas aos poucos, lá me fui recompondo com a ajuda dos Pais e dos avós que lá tiveram de me ir explicando que um dia ela ia crescer, e aí, íamos poder partilhar muito mais do que jogos e brincadeiras juntas!
E não podia ter sido mais verdade...
Não, não era carnaval. Estávamos mesmo a viver um dos nossos grandes vícios conjuntos: os campos de férias.
Passados todos estes anos, temos tantas histórias para contar, tantos sustos que pregámos uma à outra, tantas partidas que fizemos juntas aos que nos cuidavam, tantas brincadeiras que partilhámos, tantas regras que quebrámos, tantas aprendizagens que realizámos...
Tantos momentos de orgulho, de amor, de chatice, de birra, de amizade e acima de tudo, de muito, mas mesmo muito companheirismo.
Hoje, para além de, inicialmente miúda, e sempre irmã, tornou-se uma verdadeira tia!
No fundo, aquela que eu gostaria de ter tido. Aquela que, de certo, qualquer um gostava de ter.
A tia que está atenta, que ama, que cuida, que ensina, que quer sempre aprender sobre como fazer melhor e que só não está mais presente, porque não pode.
Aquela que diz não, diz sim, diz talvez e mais ou menos, mas onde subjacentemente, está sempre implícito amor.
Aquela que está sempre presente para a mãe e que a mima tanto como à filha.
Aquela que rouba sempre um olhar tão cúmplice e tão meigo à sobrinha, só por estar presente e por a abraçar.
Aquela que tudo faz, para que o tudo que constrói em conjunto com a sobrinha, seja o mais completo possível.
Ela, é sem dúvida, a tia e a irmã. E hoje, a nossa miúda, está de Parabéns!